Sinfonia fantástica
Sinfonia fantástica
O Vitorio me deu o primeiro disco da Sinfonia fantástica de Berlioz; fiquei inteiramente envolvido pela melodia, e comprei outras cópias na era do CD. Sinfonia Fantástica opus 14, que ora escuto, com a Sinfônica de Toronto com Seiji Ozawa. Lembrei-me do Vitório e da grande amizade que tínhamos, muito mais do que com o Anísio seu irmão, a quem eu devia grandes gentilezas, por ter feito atendimentos àspessoas deminha família. A mulher do Vitório era bonita, mas "cismada" com o marido, que julgava polêmico, porque gostava de arte, música e, quem sabe, mulheres? Engendrou uma vingança junto à empregada...Havia um grande interessado em madame Sandra, que sempre a seguia ao voltar da praia. A conseqüência foi uma reação patética do Vitório, que lhe agrediu com umas bolachas e com uma faca de cozinha...Telefonou-me transtornada, desesperada, pedindo orientação; disse-lhe que mandasse a empregada embora e confessasse a armação que aprontara...Deu certo; o marido compreendeu entrando as coisas nos eixos...Sem segundas intenções...Tempo de amar, de brigar, de sofrer e querer perdoar...O Vitório organizou uma exposição de cerâmica com uma técnica especial, sendo uma das peças mais interessantes, a que ele chamou "Flores para Sandra". Ainda hoje, guardo alguns trabalhos dele. Sandra era de fato uma mulata bonita e não deixava de ter suas razões, pois, o Vitório tinha uns arranjos, que procurava esconder de todos, mas virava segredo de polichinelo...Ele institucionalizava as relações...Eu o visitei internado em um Hospital, no dia em que morreu de insuficiência cardíaca, em conseqüência de grave miocardiopatia dilatada, segundo os médicos...Sentei-me num botequim da rua Domingos Ferreira com Barão de Ipanema e tomei alguns chopes para consolar.