A Dança

O que será de mim agora...?

Agora que você partiu, mas antes levou embora uma parte de mim?

Agora que você voltou, queimou-me com sua mais poderosa chama, e depois

Sumiu sem nem dizer adeus...

Você está diferente, parece até que a cor dos seus olhos mudou.

Seu jeito mudou...Suas vestimentas...Seu olhar, sua frieza...

Aquela escuridão que antes te cercava, que a antes reinava sua mente...Ela ainda está lá, posso sentir...Apenas nao posso vê-la, mas sei que está lá...Eu acho, pelo menos, que estava em seus olhos.

No meio de todas aquelas cegantes luzes, no meio de todas aquelas pessoas...

Você apareceu e tomou minha mão...Eu não queria que você me levasse, mas não tive escolha...

Minha companhia havia sumido, e junto levado metade do meu coração...

Então cedi à brutalidade de sua gentil força, que me levou à pista...

Você segurou em minhas costas, e em minha mão.

Eu segurei em suas costas, e em sua mão...Era como uma valsa...

Mas meus pés estavam sem ritmo, enquanto os seus dançavam com uma inadequada perfeição...

Você criou a nossa sincronia. Eu estava até com o mesmo vestido que usei na última vez que nos vimos, mas a amaldiçoada jóia que me deste e chamou de colar. E eu não possuía mais opções, se não seguir sua sincronia...E o fiz.

Foi então que vi, escondido, a minha companhia.

Não via seu rosto, apenas metade de seu corpo, já que a outra estava coberta por um muro;

Sua mão estava encostada na parede, na frente de seu tímido rosto

Que eu não sabia se chorava ou se apenas agoniava ao meu lado...

Naquele instante eu senti meu corpo completamente dominado pela sincronia...

Meu coração queria sair dali e ir atrás de minha companhia, e ver o que havia acontecido...

Mas ele também havia entrado em sincronia com a minha mente, e percebeu que nada mudaria

Se eu fosse lá...A companhia poderia apenas se ocultar mais em um profundo silêncio,

Como também poderia fugir e nunca mais voltar...

Então apenas encostei minha cabeça em seu peito e segui a dança,

Enquanto observá-va minha companhia encolhida sobre dois pés no canto do salão,

Sem saber o que se passava em sua mente para ter me abandonado e ido para lá...

Você então olhou para mim com seus olhos esverdeados (que antes eram azuis, pela minha memória) e disse:

"-Ei."

Eu então olhei para o seu rosto enquanto uma lágrima corria pelo meu rosto

"-Você pode, aguente."

Então um brutal choque fez minha alma ser dominada pela dança, enquanto lágrimas corriam de meus olhos suavimente,

Eu encostei minha cabeça em seu peito novamente e observá-va minha companhia, amedrontada

Apenas esperando um choque brutal para sair desse pesadelo.