The blue Rose

Era um dia calmo de Primavera em St. Jimmy, borboletas pairavam pelo céu no parque. Havia o apenas o som dos pássaros nas ruas. Tom observava as flores, eram de diversas cores: amarelas, violetas, vermelhas... Mas uma delas chamou mais sua atenção. Era uma rosa azul, simples, pequena, mas com o melhor dos perfumes. Tom ficou admirado com aquela rosa, não cansava de cheirá-la. Resolveu levá-la para casa, e prometeu cuidar dela, e não a deixar murchar, e por um instante, pensou que a rosa sorria para ele. Quando chegou em casa, tratou logo de colocá-la num potinho com terra e foi aguá-la. Queria que ela crescesse mais, pois era pequena a pobre rosa. Cuidou dela, não deixava nunca de aguar. Antes de dormir, sempre dava um beijo na rosa, e então ia dormir.

Enquanto dormia, sonhava com uma linda moça. Cabelos longos e escuros, cacheados. Pele branca, lisa, olhos verdes. Usava um deslumbrante vestido azul. Ela dançava somente para Tom, que ficou encantado com aquela mulher que lhe apareceu nos sonhos. Perguntou seu nome, e ela respondeu: "Rosa". Chegou ao seu ouvido e sussurrou: "A sua Rosa, somente sua..." Tom estava extasiado com o perfume que a bela moça exalava, e com sua doce voz que lhe dizia: "É hora de acordar, eu voltarei, nos teus sonhos..." E encostou seus lábios nos dele.

Tom acordou com o som dos pássaros e a brisa leve que trazia a manhã em St. Jimmy. Pegou seu violão e começou a tocar uma bela melodia improvisada: "Oh minha bela Rosa, por que me deixaste acordar? Quero contigo de novo sonhar..." E mal sabia Tom que ali, na mesinha do seu quarto, por dentro a rosa azul sorria, e dançava ao som da melodia. E todas as noites era o mesmo, ele beijava a rosa, ia deitar, sonhava com ela. Não importava se era em sonho, enquanto ela o amasse, tudo estava bem.

Mas daí que um dia Tom andava distraído na rua, lembrando das noites longas e cheias de magia que passara, não percebeu que um grande carro se aproximava buzinando, com a estrada molhada pela chuva, o motorista não conseguiu desviar, e acertou o serelepe rapaz. Tom morreu na hora.

Mais tarde, na casa de seus pais, foi organizado o velório. Sua mãe gritava pela perda do único filho, e seu pai também chorava. Tom era muito querido por todos. O sol estava brilhando muito, e tinha aquela brisa leve de sempre. E se teve algo que mais chamou a atenção de todos no enterro, é que lá dentro do caixão, ia no peito dele somente uma pequena e murcha, Rosa azul.