FÁBULA NA FAZENDINHA
Surgiu uma polêmica entre os habitantes da fazendinha. Cada um achava que estava com a razão e se justificava com motivos favoráveis a si mesmo ou, pelo menos, aos da sua própria espécie.
Tudo isso por conta da estiagem que assolava aquelas terras e uma mina que surgiu, de repente, alegrando, porém dividindo opiniões.
O pato dizia: " Eu preciso dessa água pra nadar, assim como todos da minha espécie. Enfrentamos essa seca sem um mergulho sequer!"
Já o porco opinava: "De jeito nenhum! Essa água é pra fazer lama, onde eu possa chafurdar com meus companheiros e manter a fama que temos."
Ao que o boi retrucava:" Mas aqui será que ninguém pensa? Claro que essa água é pra nossa sobrevivência, precisamos dela para beber. Essa é a lei maior da vida. Ninguém irá usar essa água com outra finalidade."
Mas o velho galo também não poderia ficar de fora e saiu-se com essa: "A melhor solução é fazer um moinho, onde podemos moer os grãos de milho para alimentar nossos filhotes."
O mais engraçado foi o burro, com jeito de integrante de ong, lutando para preservar a natureza, dizendo: "Não vamos mexer em nada. O que está no lugar, fique lá. O que é da natureza, deixe com ela."
Por fim, o bode, já velho, de barba branca, quis rememorar alguns fatos do passado e contar seus causos. Falou, falou, mas não concluiu nada.
E nisso, passaram-se dias, sem ninguém chegar a um acordo; só conversas que não levam a nada, conversas paralelas, quase chegando à agressão.
Então, para acabar essa discussão, chegou o dono da fazendinha, trocou a borrachinha da torneira do curral, que deixou de pingar.