O amor e a razão






O amor e a razão 21.06.2010




Em um glamouroso salão de festas, encontraram-se o amor e a razão.
A razão, sempre muito autoritária e solícita, bailava pelo salão a dar ordens e opiniões sem ser convidada, palpitando em tudo, normalmente não aceita por ninguém, muito mal quista e de mau gosto suas opiniões, chegava a ser intragável.

Nessas andanças, nesse corre corre, deparou-se com o amor, e foi logo dizendo com seus trejeitos irrequietos.

- O que você está fazendo aqui - De quem você é convidado, eu não te conheço, muito irrequieta falava tudo de uma só vez e meneava a cabeça toda empinada .

O amor sábio, benigno , tranqüilo, não gostou nem um pouco de seus trejeitos arrogantes, porém, com toda sua sabedoria, respondeu:

- Certamente que não sou seu convidado, pois você sequer conhece-me.

A sua calma irritou-a ainda mais, e então respondeu para ele: eu lá tenho amigos deste estilo, esta tua quietude incomoda até os ventos.- Ah! Comigo é diferente, eu agito, faço, desfaço, dou
ordens, onde eu estou, todos me conhecem, e logo dizem, a razão está por aí, ou a razão chegou.

- claro, mas é claro, que não és meu convidado, não suportei nem olhar para você, não entendo como alguém pode gostar de você, se é que alguém gosta.

O amor calmamente respondeu:
- Eu habito onde há lugar para mim, só entro quando sou convidado, porém estou nas pequenas coisas, no desabrochar de uma flor, nos cantos dos pássaros, no riso de uma criança, nos corações puros, nas manhãs ensolaradas ou chuvosas, nas tardes quentes ou frias, nas noites e madrugadas daqueles que me procuram, em fim, estou ao alcance de todos, dos pobres e ricos, das crianças, dos jovens e velhos, sou conforme o sol, nasci para todos.
Risos.....rs..... - Ah! Não, ah! Não, comigo não é assim, eu gosto de estar nos lugares de destaque, nas alturas, gosto de ser apreciada, lisonjeada, cortejada, desejada, invejada, etc... e foi despejando todo seu amargor em cima do amor, que calmamente a ouvia.

Até que em dado momento, em sua humildade ele respondeu:

- Eu não estou aqui para discutir com você , primeiro, porque eu penso, que é necessário respeitarmos e compreendermos as diferenças existente entre nós e nosso próximo, e tem mais, deixemos de lado tudo isto, a noite está linda, e promete muito amor.

- Claro, você não deve mesmo discutir comigo, ainda bem que você tem um pouquinho de bom senso, eu sou a razão.

- Sim dona razão, eu sou o a mor e só habito onde há lugar para mim, boa noite.

Ela meneou os ombros e tagarelou há há há..., pensa que me venceu.

Levantou a cabeça, estufou o peito, arregalou os olhos e disse:

- Eu sou a razão.
zilvaz
Enviado por zilvaz em 15/08/2010
Reeditado em 15/08/2010
Código do texto: T2439166
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.