ENCONTRO NOS JARDINS DO PARQUE
Embora tenham concluído, sem jamais compreender, o que um esperava do outro, ficava a certeza de que ainda é preferível acontecer, errando, a nada fazer pelo medo de errar, embora, não tenham feito algo que pudesse mudar o rumo desta história.
Já pendia o sol ao poente, quando lado a lado, caminharam em silêncio até a saída do portão principal.
Lança seu ultimo olhar ao relógio que sem dó,
continuava a marcar o tempo: tic-tac, tic-tac...
Malvado relógio, esbanjador do tempo que jamais se apagará de nossas lembranças.
Foi como se o tempo houvesse parado naquela prazerosa tarde de primavera.
Por vários dias, ele flutuara sobre deliciosos sonhos,
como se voltasse no tempo, à sua adolescência.
Estava terrivelmente apaixonado, por uma imagem sonhada.
Nas alamedas floridas do parque, e com ele,
a imagem daquela mulher o acompanhara por tempos,
sem o definido e marcante tic-tac do relógio,
no momento de busca desse exacerbado amor.
Uma figura feminina, uma deusa que, só nos sonhos de um poeta, poderia acontecer.
Mas, as ilusões precisam ser apagadas, para que novos sonhos floresçam e possam se tornar realidade.
E assim, em uma tarde de primavera,
fez desaparecer a imagem de mulher dos sonhos idealizada,
deixando livres os atalhos, caminhos e estradas à fora
às novas descobertas que a vida lhe apresentasse...
Vitoria Moura 25/7/2010