Aventureiros Épicos

por Pedro Moreno - www.pedromoreno.com.br

Na escuridão da caverna apenas os vultos dos aventureiros podiam ser vistos. À frente do grupo estava Balthar, nobre guerreiro de armadura reluzente e caráter inabalável, filho de um rei conhecido por seu coração nobre e de uma rainha sábia. Seguindo seus passos está Misdras, uma bruxa capaz de realizar magias prodigiosas com apenas um estalar de dedos. Entre as sombras esgueira Celerus, furtivo combatente, dono de uma habilidade sobre humana ao abrir fechaduras ou desarmar armadilhas.

Os três seguem por um caminho sinuoso iluminado pela providencial tocha de Balthar, por fim alcançam uma câmara grande feita de rochas esculpidas por mãos habilidosas. Celerus toma dianteira e passa sua mão pelos relevos da pedra.

— Anões. Este lugar já pertenceu ao reino dos anões — constata o ladino — , pelas inscrições posso dizer que foi há muito tempo.

Os outros se aproximam das gravuras e Balthar se descuida ao não ver uma criatura furtiva que toma a tocha de sua mão e a afoga em uma poça de água. Misdras diz algumas palavras em uma língua antiga e um globo de luz surge em sua mão iluminando o ambiente inteiro, com isso puderam enxergar centenas de criaturas que espreitavam na escuridão.

— Esperem — diz Misdras para seus companheiros que sacavam as armas — eles são O Povo Esquecido, só estão curiosos com a nossa presença, são criaturas pacíficas.

Os outros aventureiros embainham suas armas em sinal de respeito pela sabedoria da bruxa. Imediatamente seguiram sua jornada pelas entranhas da terra. Passaram por diversas câmaras até alcançarem um saguão circular, logo perceberam que o Povo Esquecido não entrou nesta câmara, como se a temessem, na outra ponta da sala uma porta enorme feita de ferro. Celerus tomou a frente para verificar a possibilidade de haver armadilhas, porém quando encostou o olho na fechadura escalou a porta gigante e com um pulo se posicionou de pé no batente em uma velocidade extraordinária, os demais não entenderam o movimento do ladino até verem um ogro atroz, com um olho ciclópico, adentrar na câmara portando um machado.

Enquanto Balthar sacava sua arma e Misdras apontava seu cajado, Celerus se aproveitou que o Ogro não o havia percebido e pulou em suas costas cravando um sabre no pescoço do monstro. Este soltou um urro de dor e não teve tempo de reação ao ver que Misdras soltara um encantamento que deixou Balthar do tamanho do oponente. O guerreiro lutou bravamente até a morte inevitável da criatura, quando esta caiu no chão, o feitiço acabara e Balthar já voltara ao mesmo tamanho de antes.

Com o furor da vitória correndo nas veias dos aventureiros, eles seguem a passos largos pela porta de onde saíra o Ogro, que agora jazia no concreto frio. Uma rampa estreita sobre um abismo descia vertiginosamente segurada por enormes colunas de pedra. Conforme seguiam sentiram caindo em suas cabeças poeira vinda do teto, como se algo andasse por ele, Misdras desenhou no ar com seu bastão uma antiga runa que emitia uma luminosidade mais fraca, porém esta subiu até a parte cima da caverna revelando uma enorme aranha se esgueirando, esperando o momento certo para o ataque.

Balthar sacou um arco longo feito de ossos de dragões e mirou na barriga do aracnídeo, a flecha silvou rápido até seu destino mortal fazendo com que a aranha caísse do teto, assim que atingiu a plataforma onde estavam os aventureiros, Celerus pulou para cima do monstro e com o sabre separou a cabeça do resto do corpo.

Um estrondo forte tomou conta do local, a rampa estava ruindo! Celerus com sua agilidade desproporcional chegou rápido para um local seguro, Balthar pulou e acabou escorregando, porém foi salvo pelo esperto ladino que jogou uma corda. Quando terminou de içar procurou pela bruxa e a viu caindo no abismo sem fim. Antes de conseguir dizer algo, Celerus percebeu que a feiticeira se teletransportara para ao lado dele, escapando ilesa da morte certa.

Eles então seguiram até uma abertura na caverna e viram um tom dourado reluzindo pelas paredes, ouro! Milhares de moedas, cálices, pratos, vasos, tudo feito de ouro e gemas preciosas. Celerus sorriu para Balthar que deu um tapinha nas costas de Misdras. Eles acharam o tesouro.

Do meio da montanha de riquezas, uma garra surgira. Subitamente um corpulento dragão vermelho, que até então estava soterrado por tantas joias, deu um rugido que estremeceria qualquer herói. De sua bocarra enorme, uma rajada de fogo foi cuspida em direção de Celerus que em um movimento suave escapou da baforada. Balthar aproveitou a chance e acertou a barriga do dragão. O monstro enfurecido levantou seu corpo e pode enxergar em um patamar mais elevado a bruxa, em pé com a serenidade em sua face.

Misdras levantou a mão e fez um gesto, de sua palma estendida saiu uma nuvem negra que envolveu o corpanzil do dragão e o reduziu em pó...

— Chega! — gritou Bruno

— O que aconteceu? — Perguntou Débora olhando para o dado que acabara de lançar.

— Seus personagens estão muito fortes! Assim não tem desafio que vocês não ultrapassem — reclamou Bruno, o mestre do jogo.

— Calma Bruno — pediu Leandro entre um gole de refrigerante —, é só RPG! Caso você queira, é só nós montarmos outros personagens...

Débora, Bruno e Leandro olharam para Miguel que desenhava em sua ficha e ele ergueu os ombros como se falasse “por mim tudo bem”.

— Dessa vez eu quero ser uma elfa arqueira! — entusiasmou-se Débora

— Acho que vou jogar como anão... Paladino — falou Leandro.

— Ok, pessoal — começou Bruno — , vamos pegar as fichas em branco que eu vou passar qual será a nossa próxima aventura. Estava pensando em um reino muito distante que está sendo atacado por dragões... não... mortos-vivos! Então o rei pediu por aventureiros que fossem capazes de trazer a paz para o reino...

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