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O Orgulho e a Solidão...

 

A festa estava animada na casa do Otimismo. Alegria, Sonhos, Conquistas, Vitórias, Fé, Sucesso, Amor e todos os outros amigos bem intencionados sorriam e conversavam entusiasmadamente.

Num canto da casa arrogantemente, o Orgulho isolava-se por acreditar superior a qualquer um que se encontrava naquele agradável ambiente.

Orgulho ladeado pela Inveja doentia só sabia engrandecer suas qualidades, dizendo:

-
Nossa! Que festinha mais sem graça! Se ficasse por minha conta, seria um escândalo! Ah, porque EU faço caprichado, porque EU sou melhor para organizar uma festa... – E ficava numa soberba de EU, EU, EU que nem mesmo as criaturas mais deselegantes como Inveja suportava ouvir.

A Inveja roendo unhas pela beleza e alegria visível. Da festa e dos convidados, disse cheia dela mesma para o Orgulho:

- Deixa de ser metido, Orgulho! É claro que esta festa está uma porcaria, mas você também não é lá essas coisas todas que está se promovendo! E retirou-se deixando o Orgulho na companhia da triste e silenciosa Solidão que lentamente aproximava-se.

Abandonado pela única amiga que tolerava seus dissabores, sufocado por não ter em quem espezinhar, em quem destilar o veneno ríspido das suas palavras, tendo ao lado somente a muda Solidão, com arrogância ainda ousou dizer pela partida inesperada da Inveja:

- Dane-se! Eu me basto!

A Solidão que nada diz, olhou com certa compaixão para o Orgulho e num esforço imenso, juntou umas palavras para tentar mudar o pensamento egocêntrico do seu companheiro casual:

- Caro Orgulho, se não mudares teu pensamento, se não agires como o Otimismo que brilha com boas intenções; se não adoçares tuas falas como  a Alegria, provarás do teu próprio fel... Modifica teu agir, faça uso da humildade. Aceita que também és falho. E deixa dessas ideias errôneas de se achar perfeição. Por ser detentor de grandes riquezas e conhecimentos não te coloques acima de ninguém e não queiras ter amigos debaixo dos teus pés. Se não mudares tua conduta, não serás feliz. E teus amigos hão de se afastar de ti... A  única companhia que terás por toda a vida, serei eu, a fria e absorta Solidão.

De nada valeram os singulares conselhos da discreta Solidão. Garboso que só ele, o Orgulho permaneceu indiferente ao que ouvira. Mesmo ante as sábias ponderações da única companhia, ele se manteve superior, arrogante, crendo ser o melhor de todos naquela alegre e bonita festa.

Tolo engano! Dentre os convivas, o Orgulho era quem tinha as feições mais desagradáveis. Todos o repudiavam, pois sua aparência afastava qualquer possibilidade de contato amistoso. Ninguém desejava aproximar-se de um ser tão deselegante, ainda que trajasse as mais belas e caras vestes. De nada vale o belo externo se o interno é feio e visível aos bons olhares de um puro coração.

A Beleza, a Alegria, o Amor, a Esperança, os Sonhos e todos os outros bondosos sentimentos sabiam que onde há Orgulho dificilmente há Alegria, Felicidade, Fraternidade, União.

Por isso que por onde quer que vá, em qualquer evento no mundo inteiro, o Orgulho é visto abandonado, tendo por companhia unicamente, a Solidão.