EMBATES
Um dia o ódio resolveu desafiar o amor para duelarem.
Propôs que o vencedor ficaria dono do mundo e o perdedor jamais faria qualquer gesto contra ou em favor da humanidade.
Aceito o desafio, o ódio começou a destilar toda sua maldade.
Falou que gostava de guerras, onde morriam muitas pessoas, jovens, mães, idosos e principalmente criancinhas, mutiladas, despedaçadas pelas bombas e disparos de foguetes imprevisíveis.
As perdas materiais incalculáveis, pelas destruições de cidades e todas suas estruturas, faziam seu delírio e se regojizava com isso.
Os atentados, muitas vezes em nome de Alá, com promessas de vida eterna no paraíso, matando muitos inocentes que são pegos de surpresa, também tinham sua preferência.
As guerras civis, onde cidadãos de um mesmo país se matavam entre si, e separavam familias e ondas imensas de pessoas emigravam para outros locais, sem rumo, morrendo de fome e sede, principalmente velhos e crianças, eram sua coqueluche, diante de todos os ódios acumulados, por ambições políticas e materiais.
Gostava muito de separação de casais, onde a familia se desestruturava e os filhos, perdidos, sem referências, caiam muitas vezes nos vícios das drogas e da prostituição.
Tinha uma predileção especial pela corrupção, principalmente praticados por políticos, que entregam seus dotes, suas promessas, seus vínculos familiares em troca do maldito dinheiro e se enriquecem, esquecem dos eleitores e se lixam pela pobreza do povo marginalizado, principalmente os que vivem nas periferias com todas suas misérias.
Coube então ao amor, numa extrema humildade, sem nenhuma arrogância, dar o seu recado:-
Onde você prega o ódio entre as nações, destruindo cidades e exterminando vidas, eu vou lá, acolho os mutilados, curo-lhes as feridas, dou-lhes a comida para sobreviverem, reuno as familias separadas e num esforço, procuro as lideranças para firmarem acôrdos de paz, que muitas vezes se rompem, mas também se solidificam e todos passam então a viver em harmonia, restabelecendo as amizades.
Nas guerras civis, por razões políticas, etnias tribais, procuro acalmar os ânimos e vou socorrer os que peregrinam pelas estradas, perdidos, passando fome, frio, acolho as criancinhas em meus braços e evito que morram de inanição e os velhinhos que se perdem por não terem mais forças, dou-lhes o consôlo para não se entregarem.
Na separação de casais, fico realmente triste, porque jovens que se apaixonaram, constituiram um lar pelos laços sagrados do matrimônio e ali fizeram promessas de jamais se separarem, nas alegrias e nas tristezas, na saúde e na doença, procuro então fazer com que se reconciliem e se não tiver jeito, conservem suas amizades e sigam seus caminhos, para que seus filhos não se percam por não terem mais seus espaços, suas estruturas, suas alegrias.
A corrupção, infelizmente é uma vergonha que jamais se extinguirá e cabe aos cidadãos do País uma vigilância maior sobre os políticos, evitando que sejam eleitos ou reeleitos e aos corruptores que ganham privilégios, afastem-se do poder onde se enriquecem pelos assaltos que cometem nos cofres públicos, dinheiro do povo, sagrado.
No entanto, estou presente no sorriso das crianças, nas alegrias dos casais que vivem bem, no coração dos apaixonados que realmente se amam, amparo os velhinhos para que tenham uma velhice calma e sem dores.
Tenho uma predileção pela natureza explendorosa, toco os corações dos homens para que não à destruam, pois na beleza das flores, no canto dos pássaros, nas cachoeiras que despencam suaves das alturas, no pôr do sól, na noite enluarada, faço que todos se apaixonem e vivam alegrias, deixem de lado as tristezas e principalmente as criancinhas sejam as esperanças de um mundo melhor, onde sómente o amor reine absoluto em todos os corações.
Com essa pregação, não restou ao ódio afastar-se e sentir-se derrotado diante de todas as verdades que o amor disse com convicção e sinceridade, não podendo ser contestado.
06-07-2009