A Segunda oportunidade
A Segunda Oportunidade
Era uma vez: um fazendeiro riquíssimo que tinha um único filho. João era um jovem irrequieto. Não ligava para os conselhos do pai e só pensava em badernas e bebedeiras com os amigos; e, amigos ele os tinha aos montes, é óbvio que era ele quem arcava com todas as despesas, em festas de todos os tipos, é claro que assim não lhe faltavam amigos.
O João voltava para casa sempre tarde da noite, vivia em farra total. O pai percebeu que não tinha mais forças para aconselhá-lo, e a perceber que embora a fortuna dele fosse imensa, nas mãos inábeis do filho logo cairia por terra, assim ele arquitetou um plano para puni-lo.
Adquiriu um pequeno sitio e botou-o em nome do filho, registrando-o de modo inegociável: nele mandou construir uma choupana de único cômodo. Certo dia, aquele velho fazendeiro convidou o filho e ambos foram à choupana; ao abri-la, o filho percebeu que havia uma forca armada em um grosso troco de madeira que servia de cumeeira da choupana, então o pai lhe disse: filho, eu já estou muito velho, a sua mãe já se foi e você é o meu único herdeiro, quando eu morrer, você será o dono de tudo que é meu e eu sei que você acabará com tudo em pouco tempo.
Quando você acabar com toda essa fortuna e você ficar na miséria, os seus amigos fugirão de você irremediavelmente. Então, eu quero que você venha aqui e bote o seu pescoço nesta corda e enforque-se, quero que você prometa fazer isso agora mesmo.
O João percebeu que o pai não estava a brincar e prometeu enforcar-se, embora pensando lá com os próprios botões; ora essa! Com toda essa fortuna! São muitas fazendas e fábricas, além de dinheiro em bancos, como poderei acabar com tudo isso?
Pouco tempo depois, o velho fazendeiro faleceu e o filho assumiu o comando daquela imensa fortuna, ou melhor, deixou que outros comandassem aquele imenso império. E, o que o pai previu aconteceu. João continuou pelo mesmo caminho das farras, os amigos o exploram até a derrocada final e abandonaram-no à miséria total.
João passou algum tempo em miséria absoluta chegando até a mendigar, já não suportava mais aquela situação, aqueles mesmo amigos viravam-lhe a cara ao vê-lo passar, então; lembrou-se da promessa feita ao pai e dirigiu-se à choupana, enfiou a cabeça no laço da forca, testou o nó da corda e pulou: sentiu ainda a corda apertar o pescoço, ai ouviu um estalido e aquele tronco de madeira que estava a servir de base para a forca, partiu-se e ambos foram ao chão, ao levantar-se bamboleante, João percebeu que aquele tronco era oco e estava recheado de pedras preciosas, diamantes, esmeraldas e jóias de todos os tipos, era uma fortuna imensa e em meio a essa fortuna, havia uma carta que dizia o seguinte, filho; pelo amor que sempre nutri por você, essa é a sua segunda oportunidade.