hatha yatra festival das flores
Um alegre aveno,espécie de flauta de bambu foi ouvido à distância Os trinados do instrumento eram acompanhados pelo coro entusiasmado dos nativos da ilha.
A manhã não havia ,ainda,afugentado a treva da noite anterior e já,pràticamente,todos se achavam reunidos à espera do sol.O asceta identificou o tocador à distância,Kapila.Esticando os músculos que ,ainda ,teimavam em dormir,o neófito foi ter com a multidão.
Admirável era a expressão de júbilo que exibiam ante à expectativa de poderem contemplar mais um alvorecer,como se fosse o último...
Ao sinal musical emitido pelo aveno,um grupo de pequenos pássaros trouxe diversas flores que ,ainda ,atraiam borboletas que se esforçavam
em acompanhar o vôo rápido do cortejo.Minutos após,um altar se erguia sôbre a pedra lisa.O que mais surpreendia era o fato de que os primeiros raios solares incidiam precisamente naquele local.
Kapila,ladeado pela coruja Mazda sua seguidora incondicional,ente de raro discernimento oculto na humildade dos sábios,inclinou-se,respeitosamente,em reverência ao recém chegado a ilha de Saves.
"Eis aquele que,brevemente,sofrerá a morte e transfiguração de seu abjeto corpo,para que no meio das cinzas,se eleve e flutue o pássaro azul da harmonia,consciência pura e bem aventurança infinda".Aquelas palavras provocaram arrepio e vertigem ao pobre bufo ao ser distinguido entre muitos com destino tormentoso,porém ,glorioso.Porque eu,faminto,saltitante de curtos espaços me banquetearia com iguarias celestiais e viária, à semelhança de Jaimini,aos confins do mundo?Por que não ela,que já,o fez com graça e leveza?Por que não a lagarta Gopala que gasta a sua vida devorando os petiscos suculentos que o pé de maracujá a oferece?
"Sinceramente,não me sinto merecedor de tamanha honraria".
Quizera ,sim,morrer a transfigurar no mavioso ASCÊNCIO de que se refere,tão fervorosamente,mas,temo que,ante ao menor sofrimento,à dor superficial, surja,não o avatar azulado,mas,sim,o pálido e covarde sapo a se ocultar entre pedras e o lamaçal.Argumentou,titubeante,o jovem.
"Querido irmão,vejo que não conhece a ti mesmo,porém o momento está por chegar!"Respondeu ,carinhosamente,Kapila
Apesar da claridade matinal que,rapidamente,dissipava,os sinais da noite passada acendiam as pequeninas lâmpadas formadas pelas gotinhas frescas de orvalho cintilante sôbre folhas e flores,e uma nevoa azulada cobria o lago de Bengoa.Miríades de microcópicos sois
reluziam nos minúsculos espelhos d'agua que logo desapareciam com o gotejar sôbre a terra.Porém bastava erguer o olhar e perceber que o único sol,fonte daquelas visões ilusórias lá permanecia,esplêndido,uno,radiante...Como não confiar no Eterno ante
maravilhosas evidências!O dia sucedeu a noite,uma brisa embalou a flutuação de pequeno floco de algodão que se desprendera do galho do algodoeiro e desfilou frente aos olhos de IANODA,que aconpanhava o
vôo gracioso até perder-se de sua visão ofuscada pelo brilho solar.Tal passagem lembrou as palavras de Krishna:Jathakasa sthito nitjan vaguh sarvatrago manah tatha sarsani bhutani nat sthantj upadharja"
"Compreende que assim como o vento poderoso que sopra em toda a parte no céu,todos os seres criados permanecem em Mim".
O festival hatha yatra prosseguiu com o desfile das mais belas flores nativas:hoias belas,carnosas jacintos,ciclamens...Kapila retomou o pequeno aveno e rodopiando,vertiginosamente,executou a dança cósmica contagiante a semelhança do deus Shiva.IANODA não resistiu e se deixou envolver pela música alegre e comovente numa verdadeira catarse.
Mais um dia havia nascido!...
ps;hatha yatra é um festival indiano onde flores desfilam em homenagemaa jaganata (este conto foi extraido do livro do autor a viagem a ilha de saves)
Um alegre aveno,espécie de flauta de bambu foi ouvido à distância Os trinados do instrumento eram acompanhados pelo coro entusiasmado dos nativos da ilha.
A manhã não havia ,ainda,afugentado a treva da noite anterior e já,pràticamente,todos se achavam reunidos à espera do sol.O asceta identificou o tocador à distância,Kapila.Esticando os músculos que ,ainda ,teimavam em dormir,o neófito foi ter com a multidão.
Admirável era a expressão de júbilo que exibiam ante à expectativa de poderem contemplar mais um alvorecer,como se fosse o último...
Ao sinal musical emitido pelo aveno,um grupo de pequenos pássaros trouxe diversas flores que ,ainda ,atraiam borboletas que se esforçavam
em acompanhar o vôo rápido do cortejo.Minutos após,um altar se erguia sôbre a pedra lisa.O que mais surpreendia era o fato de que os primeiros raios solares incidiam precisamente naquele local.
Kapila,ladeado pela coruja Mazda sua seguidora incondicional,ente de raro discernimento oculto na humildade dos sábios,inclinou-se,respeitosamente,em reverência ao recém chegado a ilha de Saves.
"Eis aquele que,brevemente,sofrerá a morte e transfiguração de seu abjeto corpo,para que no meio das cinzas,se eleve e flutue o pássaro azul da harmonia,consciência pura e bem aventurança infinda".Aquelas palavras provocaram arrepio e vertigem ao pobre bufo ao ser distinguido entre muitos com destino tormentoso,porém ,glorioso.Porque eu,faminto,saltitante de curtos espaços me banquetearia com iguarias celestiais e viária, à semelhança de Jaimini,aos confins do mundo?Por que não ela,que já,o fez com graça e leveza?Por que não a lagarta Gopala que gasta a sua vida devorando os petiscos suculentos que o pé de maracujá a oferece?
"Sinceramente,não me sinto merecedor de tamanha honraria".
Quizera ,sim,morrer a transfigurar no mavioso ASCÊNCIO de que se refere,tão fervorosamente,mas,temo que,ante ao menor sofrimento,à dor superficial, surja,não o avatar azulado,mas,sim,o pálido e covarde sapo a se ocultar entre pedras e o lamaçal.Argumentou,titubeante,o jovem.
"Querido irmão,vejo que não conhece a ti mesmo,porém o momento está por chegar!"Respondeu ,carinhosamente,Kapila
Apesar da claridade matinal que,rapidamente,dissipava,os sinais da noite passada acendiam as pequeninas lâmpadas formadas pelas gotinhas frescas de orvalho cintilante sôbre folhas e flores,e uma nevoa azulada cobria o lago de Bengoa.Miríades de microcópicos sois
reluziam nos minúsculos espelhos d'agua que logo desapareciam com o gotejar sôbre a terra.Porém bastava erguer o olhar e perceber que o único sol,fonte daquelas visões ilusórias lá permanecia,esplêndido,uno,radiante...Como não confiar no Eterno ante
maravilhosas evidências!O dia sucedeu a noite,uma brisa embalou a flutuação de pequeno floco de algodão que se desprendera do galho do algodoeiro e desfilou frente aos olhos de IANODA,que aconpanhava o
vôo gracioso até perder-se de sua visão ofuscada pelo brilho solar.Tal passagem lembrou as palavras de Krishna:Jathakasa sthito nitjan vaguh sarvatrago manah tatha sarsani bhutani nat sthantj upadharja"
"Compreende que assim como o vento poderoso que sopra em toda a parte no céu,todos os seres criados permanecem em Mim".
O festival hatha yatra prosseguiu com o desfile das mais belas flores nativas:hoias belas,carnosas jacintos,ciclamens...Kapila retomou o pequeno aveno e rodopiando,vertiginosamente,executou a dança cósmica contagiante a semelhança do deus Shiva.IANODA não resistiu e se deixou envolver pela música alegre e comovente numa verdadeira catarse.
Mais um dia havia nascido!...
ps;hatha yatra é um festival indiano onde flores desfilam em homenagemaa jaganata (este conto foi extraido do livro do autor a viagem a ilha de saves)