MISTÉRIO
Dona Teresa acordou cedo e viu, perto do ralo do banheiro, uma gosma, parecendo água-viva. Ela limpou o chão e foi cuidar dos seus afazeres.
Mais tarde, a gosminha apareceu de novo e ela tornou a limpar, mas com nojo. Daí a pouco, a senhora voltou e se espantou com o fenômeno, que aumentava de tamanho.
Aí, pensando se tratar de uma bactéria contagiosa, a mulher jogou água sanitária, sabão, soda cáustica, cloro, água fervendo, vinagre, detergente e lavou bem o banheiro.
Pouco depois, a dona-de-casa ficou rouca. A rouquidão foi tanta, que ela quase não conseguiu contar o fato para Tuca, sua irmã.
De noite, dona Teresa percebeu que aquela coisa estava no mesmo lugar e, apavorada, achando que foi ela que atacou sua garganta, chamou a vigilância sanitária.
Diante da descrição pelo telefone, dois rapazes chegaram devidamente paramentados: macacões impermeáveis, luvas, máscaras e botas.
Um deles, muito cismado, pegou um estilete bem comprido e mexeu na gosma misteriosa. Enquanto isso, seu colega procurava o local de onde poderia brotar aquela meleca branca.
De repente...
-Cara, pode parar de mexer nesse troço aí.
-Por quê?
-Porque já descobri o mistério.
-É mesmo?! E que negócio sinistro é esse, bicho?
-É um pote de gel de cabelo, que está tombado dentro do armário!