Encontro Marcado.
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Vagando sem rumo por estradas perdidas,
Tentando encontrar,
Se há,
Um sentido para sua vida,
Em uma dessas caminhadas furtivas,
Parou em um bar e pediu uma bebida.
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Foi desafiado para um jogo. Costumava ser bom na sinuca, e por azar estava perdendo, pra uma mulher aparentemente maluca. Confirmou isso nos olhos desta, fixos nele logo rebaixados à mesa parecendo responder a sua primeira impressão, “Posso ser maluca, mas não burra!”... Ainda sim isso era irrelevante, pois o que realmente o chamou a atenção nesta foi em seu semblante um belo sorriso marcante, assinado com um “boa tarde” no canto da boca. E tem seus pensamentos e observações interrompidos por ela:
-Deliciosos lábios flamejantes!
Surpreendeu-se com este comentário. Ambas as bocas estavam sendo admiradas, mas respondeu se abstendo a um simples olhar duvidoso.
- Isso mesmo. A maioria não resiste!
- Se inclui?
- Se eu me incluísse teria lhe dado um beijo que iria além desse jogo e bar.
- E porque não dá?
- Faça por merecer!
- Costumo ser péssimo em tudo que faço.
Percebeu-a se arrepiar por todo e belo corpo, ao ver que na mesa todas as bolas estavam arruinadas, em suas devidas caçapas, e seu taco, coitado, ainda nem tinha perdido o cabaço.
- Péssimo é?
- Horrível!
E quando menos precisavam, começa uma briga, comum às duas da tarde de sábado em bares à beira da estrada. Ela vira-se procurando seu adversário... Nem sombra. Corre até o balcão pra fechar a conta.
- Está pago senhora!
Avista-o à porta do bar usando sua mochila, e de repente um turbilhão lhe passa a mente: “Porque pagaria a conta? FOI COM MEU DINHEIRO! Será um assalto? Não, se fosse não estaria na porta com minha mochila como se estivesse...”:
- Estou te esperando!
- Não, não... ééé... Eu só ia...
- Já paguei!
- Mas...
- E não foi com seu dinheiro.
Conformada e digamos até surpresa, aproximou-se:
- E então. Pra onde vamos?
- Tem destino?
- Nenhum.
- Então, bem vinda ao meu mundo.
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Um plano único,
Sem contradição,
Pura perfeição,
O poder de dois irmãos...
Irmãos gêmeos,
Mochilas idênticas e trocadas,
Um plano perfeito com uma bela emboscada,
E a façanha só foi percebida pela inocente moça roubada,
As altas horas da madruga,
Quando não se podia mais fazer absolutamente nada.
E à cabeceira da cama foi deixada,
De despedida uma bela carta:
“Deliciosos lábios flamejantes!”.
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