A saudade que fica...

Era uma vez um lugar aonde o céu era mais azul quando os passarinhos se banhavam na poeira das ruas de terra...

Nas tardinhas dos dias quentes, siriris agitavam alegremente revoadas de andorinhas, e a noite os pirilampos eram estrelas que bailavam sob a cantoria das pererecas e outros galanteadores da doce serenata...

O tempo era algo agradável de se viver e o silêncio imperava na calada da madrugada até ser interrompido pelo apito do guarda noturno...

A Paz e a Tranquilidade faziam morada naquele lugar, até que um dia o senhor asfalto resolveu aparecer por lá, e tomou conta de cada rua trazendo consigo a Senhora Ilusão que a princípio deixou as pessoas eufóricas...

Logo o fluxo e a desordem também chegaram ali, e num piscar de olhos, tudo mudou, os passarinhos foram embora, os pirilampos sumiram, os siriris viraram lembrança, e o apito do guarda noturno cedeu lugar ao ensurdecedor barulho de incansáveis motos que rasgam a noite ferozmente, no vai e vem de horripilantes criaturas que perdura até o raiar do dia...

A agonia de cada segundo agora é uma eternidade...

Acordamos na realidade de um pesadelo daquilo que um dia poderia ser chamado de sonho!!!

Poeta Plebeu
Enviado por Poeta Plebeu em 07/10/2024
Reeditado em 07/10/2024
Código do texto: T8168030
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