VIGIAI E ORAI
Na missa de domingo, depois de explicar muito bem o Evangelho de São Marcos, que nos exorta a ficarmos atentos, pois, não sabemos quando chegará o momento (Mc 13, 33-37), o sacerdote contou um fato acontecido com ele, no início do seu ministério sacerdotal.
Um casal chegou na igreja e a moça disse-lhe:
-A sua bênção, padre. Viemos falar com o senhor, sobre o nosso casamento.
-Deus os abençoe. E quando vão se casar?
-Daqui a dois meses.
Conversa vai... Conselho vem...
-Pois é, padre, eu gostaria muito de me casar de branco, mas, infelizmente, não posso, porque não sou mais virgem. E se eu não usar uma roupa branquinha que nem a neve, o meu pai me mata. E agora? O que é que eu faço?
-Minha filha, fale com o “velho” para vir conversar comigo, amanhã, sem falta.
No outro dia.
-Bênção, seu padre.
-Deus o abençoe. É um prazer falar com o senhor, apesar de ser um assunto constrangedor. Descobri que sua filha não é virgem.
O homem moreno, franzino e com um chapéu de camurça marrom enterrado na cabeça, deu uma boa gargalhada.
-O senhor é um padre de ouro! Fico muito agradecido por me colocar a par dessa sem-vergonhice deles! Sou a favor da verdade, doa em quem doer! O senhor sabe muito bem que Deus não gosta de falsidade! Se eles se casassem, sem que eu soubesse dessa cachorrada, eu mataria os dois, sem dó e nem piedade!
Agora, seu padre, eu quero que o senhor me ajude, por favor!
-Misericórdia! Ajudar em quê?
-A escolher a cor da vestimenta que a minha filha vai usar, no dia do casamento.
-Bem... Hum... É... Branco não deve ser, porque representa a pureza. Vejamos... Pode ser azul claro, rosa-bebê ou amarelinho.
-Fico com a primeira opção. Mandarei fazer o vestido mais bonito que já se viu por estas bandas e o senhor já está convidado para o churrasco, na minha fazenda.