Desencontros (28.07.2024)
Eu amo quando eles se encontram...
Meu marido sempre chega e diz “Aê, seu Benedito”, meu avô responde: “Seu Paulo, como é que vai?”, como se meu marido já fosse um senhor de idade, e os dois se abraçam. Fico imaginando se com meu pai também era assim, visto que ele tem o mesmo nome do meu marido. Chegar na casa dele e cumprimentar o sogrão, e será que meu avô é sogro do meu marido duas vezes? Fico pensando em coisas assim enquanto observo as interações deles.
E como conversam! Ficam contando histórias, parecendo que meu marido ou tem a mesma idade do meu avô ou que meu avô tem a mesma idade do meu marido, eu sei lá. Os dois se dão tão bem que eu até me emociono, pois meu marido perdeu o avô dele ainda na época do nosso namoro... E também não tem mais sua avó viva, sendo que foram eles que praticamente o criaram, então não sei como descrever a minha felicidade e tamanho carinho que sinto ao ver os dois juntos.
No começo do meu namoro, meu avô foi quem mais me apoiou depois que descobriu, pois minha mãe queria que ficasse em segredo por motivos que não vale a pena discutir aqui e nem eu quero relembrar.
– Você gosta dele? – Meu avô me perguntou, na época.
– Gosto, vô, ele é muito legal, gente boa, até me lembra um pouco o senhor, pelas histórias que minha mãe e minha avó contam de antes de eu nascer.
– Então quero conhecer o rapaz, e espero que ele seja também tão bonitão quanto eu.
E os dois agora são como melhores amigos de infância, desconfio até que essa conexão vem de muitos tempos antes. Eles conversam sobre tudo, e ainda mais agora que eu e meu marido temos um bebê, meu avô tem 7 longas histórias e causos pra contar sobre gravidezes e bebês engatinhando e correndo pela casa. E a felicidade do bisneto junto com o bivô não tem, no mundo, algo que explique ou que valha troca!
Eu simplesmente amo ver os três juntos. E quando meu pai está junto, então, nem se fala! Eles inventam tanta coisa pra “interter” o menino que nem sei! Teve até um dia que a gente estava
Acordei.