Descer para baixo e subir para cima.
- Eu, então, desci para baixo...
- Desceu para baixo!? Mas é para baixo mesmo que se desce.
- Nem sempre.
- Que!? Desce-se para cima!? Não me diga que, além de se descer para cima, sobe-se para baixo.
- Digo.
- Então diga.
- Eu, ontem, desci para baixo...
- Não precisa dizer que desceu para baixo, pois sempre que se desce desce-se para baixo.
- Ontem, deixe-me falar e preste atenção, besta, após subir, para cima, pela escada, da laje, desci, para baixo, pela escada, para o chão. Portanto, subi para cima e desci para baixo.
- Ô, João, você não...
- Cale a boca. Eu ainda não terminei. Ao subir, para cima, pela escada, da laje, eu subi, portanto, para cima, e me pus, então, embaixo do telhado. Eu, portanto, subi, pela escada, do chão, para baixo do telhado. Posso, então, dizer que subi para baixo, neste caso, de cima do chão para baixo do telhado. Entendeu? Eu, depois, ao descer, pela escada, para baixo, da laje para o chão, me pus em cima do chão. Eu, portanto, desci, pela escada, de cima da laje (ou de debaixo do telhado, tanto faz) para cima do chão. Posso, então, dizer que desci para cima, neste caso, de cima da laje (ou de debaixo do telhado) para cima do chão.
- Mas, João, você não entendeu...
- Nem mas, nem meio mais. Vá estudar Língua Portuguesa e lógica básica, e não me torre mais a paciência.