CHAMAS DO CORAÇÃO 8 IND 16 ANOS
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Aline desce do carro, Clóvis ali no volante sai do auto, Judite vem com as crianças até eles.
- Mãe.
- Oi queridos, não deram trabalho para a vó, hein?
- Não mãe. Clóvis olha para eles se despedindo quando Judite vai para perto dele.
- Moço, acho que te conheço.
- Como?
- Você se chama mesmo............
- Clóvis, senhora.
- Sei, me diz por favor, como se chama seus pais?
- Bem, minha mãe se chama Lurdes e meu pai Alcebirdes.
- Isso, seu Alceu, ele tinha um táxi, ficava na praça 13?
- Sim, isso mesmo, a senhora o conhece?
- Conheço todos vocês, eu cuidei de você bem pequenino, por um ano e meio.
- Como?
- Eu lavei roupas para a sua família, assim que sua mãe teve você, fiquei de babá também até você ter seus quase dois anos.
- Mais..........
- Sei não, a Aline não é mais nova que você, eu ja a tinha, minha mãe ficou comigo por 3 anos e cuidava dela para mim.
- Nossa, que incrível.
Aline ali a ouvir a conversa deles até que Clóvis se despede.
- O nome da senhora é.............
- Judite.
- Não vou mais esquece-lo, tchau dona Judite.
- Tchau filho.
O carro sai, Aline, Judite, as crianças seguem para a casa, chegando nesta.
- Mãe, achei que fosse contar a ele que............
- O que, que você e seu irmão são de pais diferentes?
- Mãe.
- Filha, o pai de Carlos foi um foguete de uma noite, fruto de quermesse, ele trabalhava numa banca de bebidas, eu ali, novinha, uns drinks, foi.
- Mãe.
- Mais foi, já o seu pai, não, este eu o amava, muito, entre idas e vindas, ficamos por 12 anos ali, juntos ou não, até ele ter sido..........
- Atropelado.
- Sim querida, eu disse a ele que não fosse para aquele maldito bar, mais ele, louco por um gole de cátia ao final do dia, uma chuva que parecia um dilúvio, ele foi, atravessou a rodovia para ir ao bar, na volta encontrou um ônibus de linha.
- Por favor mãe.
- Eu sei querida, você ainda sofre, eu também, sofro dia e noite, minha sorte foi tua tia que me ajudou, se lembra, quase duas semanas depois da morte de seu pai, pegou fogo no nosso barraco, ficamos sem teto, sem ter para onde ir, em meu desespero, quis morrer, mais ela me deu a mão que precisava e nos acolheu naquela humilde casa, Deus me deu a força que precisava e segui em frente e aqui estamos querida, logo você começou a trabalhar em casa de família e seu irmão Carlos saiu por ai e quando voltou já era Lady Carla.
- Sim, daí em diante nossa vida foi mudando, você arrumou seu love e logo vieram os filhos, agora cá estamos.
- Mãe, a vida esta nos dando mais uma chance, sabe, logo vamos para um outro lugar.
- Você aceitou então?
- Sim mãe.
Judite com lágrimas nos olhos abraça a filha.
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Judite ali com Aline ajuda na limpeza da nova moradia, Carla já lavara os banheiros e a varanda dos fundos, no quintal, dois pés de laranjas, limão, abacate e um pé a crescer de mangas.
- Que lugar lindo.
- Realmente, eu amei tudo.
- Esta vendo filha, você também quer ser feliz.
- Feliz, mãe, este acidente nos trouxe aqui, sim, meus filhos não vão mais dormir um por cima do outro, mais e ai mãe, tudo em troca de algo, o que será esse algo?
Carla entra ali.
- Você sabe muito bem, eu já te disse.
- Carla. Nisso Gustavo para o carro em frente a casa, as crianças vem a ele, Nilo fica no portão, as meninas vão ao encontro o abraçando.
- Seu Gustavo.
- Oi gente, oi Aline, dona Judite.
As meninas ali coladas ao rapaz, Carla vai até ele.
- O que houve, Carla, fechou o bar?
- Sim, ordens superiores, essa PANDEMIA ainda vai me deixar na lona.
- Sei, realmente esta ficando dificil, para todos.
- Nem me diga, mais vai, falemos de coisas boas, viu como minha irmã esta tão bonita?
- Realmente, muito linda.
Aline fica sem graça diante ao gracejo provocado por Carla, assim a chama atenção.
Judite e as crianças riem daquilo.
- Entre, por favor. Aline convida Gustavo que entra acompanhada das crianças e Carla.
Na esquina, dentro do carro, Magali assiste seu filho entrar na casa, ela pega seu celular e faz algumas ligações.
Marcelo, ali no escritório recebe a mensagem de Magali, logo olha para Clóvis.
- Agora, mais essa.
- Problema senhor?
- A Magali, agora decidiu dar de detetive e seguir meu filho.
- Será que viu o Gustavo ir para a casa nova de Aline?
- Sim, isso mesmo, olhe, você sabe onde é essa casa?
- Sim senhor.
- Pois deixe estes documentos que lhe garanto, eles não vão fugir, use qualquer desculpas mais traga de qualquer jeito o Gustavo para cá.
- Mais senhor.
- Vai Clóvis.
- Sim senhor.
Magali estaciona o carro em uma vaga vip de um club de alto estilo, frequentado pela nata da sociedade, devido a PANDEMIA este esta sem atividade, para todos menos aos ricos e egocêntricos de plantão.
- Dona Magali.
- Cuide bem do meu carro.
- Sim senhora.
O funcionário, um senhor de seus 70 anos vai para o veiculo da mulher, Magali já recebe logo na entrada seu drink de ginn com 3 pedras de gelo e rodela de limão.
Ela anda pelo salão âmbar até que uma senhora vem a ela.
- Dona Magali.
- Olá Margarida, cadê as meninas?
- Estão a sua espera na sala de ouro.
- Obrigada. Magali sai do salão entrando num corredor, bate a porta de mogno legítimo.
- Senhora.
- Com licença.
Magali entra ali sob o olhar do mordomo da sala, num espaçoso sofá de couro italiano, 3 mulheres a beber e rir.
- Olá meninas.
- Boa tarde, estranhei seu telefonema.
- Oras, não posso mais ver minhas queridas amigas?
- Lógico, querida.
Aos cumprimentos ali em certa distãncia, o local é borrifado a álcool a cada 30 minutos.
- Céus, em algum momento alguém aqui vai pegar fogo.
Diz Magali ali, as mulheres a olham.
- Bem, mais vamos ao que interessa.
- Que se trata de..........
- Fiquei sabendo que a jovem Camila esta vindo para o país?
- Vindo, querida, veio para o funeral do velho Afonso.
- Sei, aquele velho que ela o considerava como vô.
- Esse mesmo.
- Pois quero ter um momento com ela.
- Claro, vou ligar para a nossa amiga que esta abrigando ela.
- E a casa dela?
- Não sabia disso também, dívidas amiga, ela teve de vender, na real, não tem para onde ir, somente lhe sobrou o restante para mais um semestre na Inglaterra e olhe lá.
- Será?
- Com certeza, muito caro o custo de vida lá, aqui pelo menos ela tem essa senhora que a abriga sabe-se lá até quando.
- Acho que vou poder ajuda-la e muito.
- Por que, sinto que quer algo de extrema com ela?
- Querida, só faça com que ela esteja no local e horário marcado, tudo bem?
- Só me dizer quando e onde.
- Agora sim, começamos a falar a mesma língua.
Clóvis desce do carro e para frente ao portão da nova casa de Aline, quando vai bater palma, Judite sai a porta.
- Oi seu Clóvis que bom que veio.
- Dona Judite, o Gustavo esta com vocês?
- Sim, entre por favor.
Ele entra na casa e logo é envolvido com a alegria das crianças.
- Boa tarde.
- Oi seu Clóvis, que bom que esta aqui.
Gustavo vem a ele junto de Katiuscia.
- Clóvis, aconteceu algo?
- Seu pai, o sr Marcelo quer que vá para a empresa, parece que surgiram alguns empecilhos.
- Vou ligar para ele.
- Ele quer sua presença.
- Sim, vou me despedir. Judite logo traz café para Clóvis.
- Aqui seu Clóvis.
- Obrigado dona Judite.
Após o café, os dois se despedem e seguem para a empresa.
Jocyane aproveita a saída de Daniel e chama um táxi, minutos depois ela deixa o local com uma bolsa e sacolas.
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Aline termina o atendimento de mais uma cliente, Carla na cozinha nova da casa da irmã prepara mais uma leva de bombons e ovos de páscoa, já que a data pascal será dali 3 dias.
- Obrigado.
- Quando precisar é só vir.
A cliente sai satisfeita quando Judite entra com as crianças que trazem sacolas.
- Trouxe tudo?
- Sim, Carla, o Nilo me lembrou o que havia esquecido.
Aline ajuda a colocar as sacolas na mesa, quando as meninas olham para os doces ali com brilho nos olhos.
- Vocês querem?
- Sim.
- Bobos, eu deixei meia panela para vocês ali na bancada.
- Obrigado tia.
As crianças vão até a panela e a diversão é total, logo o celular de Carla toca.
- Oi.
- Carla.
- Quem fala?
- Eu a Jocyane.
- Linda, o que foi garota?
- Preciso de abrigo, urgente.
- Sei, vá para o bar.
- Já estou aqui, bem perto.
- Pegue as chaves no salão de beleza ao lado do bar, a moça vai te entregar, diga a ela que eu deixei.
- Tá, obrigado.
- Depois eu vou ai para a gente conversar. Carla desliga e olha para a mãe e a irmã ali.
- O que foi filha?
- A Jocyane, pelo jeito o ovo virou.
- Eu disse, aquela garota, tão sonhadora, feita em ilusões.
- Vou terminar aqui e ir para o bar.
- Vai deixa-la lá?
- Sim.
- Eu cuido dos doces.
Aline assume a cozinha e coloca o avental, Carla beija a irmã no rosto e sai junto de Judite.
Daniel chega na casa, abre a porta e não sente a presença de Jocyane.
- Amor, querida.
Ele vai pelos cômodos até parar no quarto, se abaixa e nada debaixo dos móveis, abre o armário e nenhuma roupa de Jocyane.
- Vagabunda, pilantra.
Ele sai da casa aos berros.
Carla e Judite descem do táxi e logo entram no bar, já no salão, vê Jocyane sentada no mezanino em um sofá de couro rosa.
As duas sobem até a mulher.
- Você esta bem?
- Ele me agrediu.
- Eu disse que isso ia acontecer, minha querida. Judite diz para Jocyane que fica cabisbaixa ali.
Daniel vai até o ponto de mototáxi e entrega uma quantia para um dos motoqueiros alugando ali a moto deste, ele mesmo sobe na direção e sai para um bairro afastado.
Em uma casa de madeira velha, já quase caindo ele pára a moto em cima de algumas mudas de roseiras e entra ali, de supetão chuta a porta ja praticamente podre pelo tempo e cupins.
- Cadê ela?
- O que faz aqui, seu ladrão barato?
- Velha tranqueira, cadê sua sobrinha?
- Oras, finalmente ela criou coragem e fujiu do porco imundo, te deu um belo pé na bunda, cachorro dos infernos.
- Olha aqui sua cretina. Daniel levanta a mão contra a mulher que aponta o rifle de uma espingarda para ele.
- Nem ouse, canalha, lixo de homem, se é que em alguma vez foste homem.
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TEXTO DEDICADO A MAIORES DE DEZESSEIS ANOS.
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