CHAMAS DO CORAÇÃO 7 IND 16 ANOS
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Semanas depois, Aline já voltara ao trabalho, recebera muitas indicações, dentre estas, algumas funcionárias das empresas de Marcelo, Carla agora teve de fechar seu bar pelo a decreto municipal devido a PANDEMIA, ordens governamentais, decidira de momento por fazer ovos de páscoa e cestas dessa data, já que a páscoa esta para vir dali há 3 semanas, Judite vai visita-la junto das crianças
e assim os dias seguem.
Gustavo após mais um dia de trabalho nas empresas, segue para a casa de Aline, ele para o veiculo na entrada da comunidade e segue para a casa de Aline.
- Oi.
- Oi.
- Desculpe eu ter vindo assim, sem avisar, só queria saber como você está?
- Estou melhor, bem melhor, olha, entra, só coloque a máscara tenho duas clientes aqui e...... por favor tá.
- Ah sim. Ele coloca a máscara e entra na sala, ali duas mulheres que o ve-lo ficam todas sorridentes e fuxicam entre si, logo Aline as olha, Andressa entra ali com uma bandeija de sucos e bolachas.
- Servido?
- Obrigado.
As mulheres pegam o suco e Gustavo observa a garota de Aline, logo a mulher diz:
- Você veio de carro?
- Sim eu o deixei na entrada, onde eu havia deixado da outra vez.
Judite sai da cozinha, junto de Nilo, Aline olha para o filho que entende a situação e sai pedindo licença a todos.
- Algum problema?
- Pode vir aqui comigo por favor?
- Sim.
Gustavo entra no quarto de Aline.
- O senhor me perdoe, eu não te disse, na verdade não imaginava que voltasse a ve-lo aqui, entende?
- O quê?
- Aqui seu Gustavo, é favela e todo lugar assim é um tanto dominado por grupos, entende, aqui não é diferente, daquela vez que o sr nos trouxe, eles sabiam que estavamos dentro do veiculo e não fizeram nada, depois a gente resolveu por isso, saber, temos de pagar algumas taxas aqui todo mês.
- Não sabia disso.
- Nem deveria, afinal o senhor é de um outro mundo, mais fique tranquilo meu filho, o Nilo ele ja foi resolver isso.
- Quer dizer que aqui tem milicias?
- Por favor, sr Gustavo, não diga isso alto, uma daquelas senhoras ali na sala é muito amiga da mulher do chefe, por favor.
- Me desculpe.
- Agora vamos voltar ou elas começarão a imaginar coisas, entende?
- Sim, por favor.
Judite entra ali.
- Nilo ja chegou.
- E então filho?
- O gerente entendeu, a mulher vai vir depois para fazer a unha.
- Esta certo, obrigado querido. Gustavo olha para o garoto que sai dali.
- Eu pago por isso.
- Não precisa sr.
Gustavo fica por mais alguns minutos e depois se despede de todos ali saindo.
Jocyane termina o banho e entra no quarto, seca seus cabelos e olha no canto as sacolas com seus pertences, ainda não tivera sua decisão de guarda-las ou leva-las consigo se for o caso.
- E ai, que tal eu te ajudar?
- O que foi Daniel, vai ficar de vigia ai o tempo todo?
- Não amor, eu só quero te ajudar a guardas essas roupinhas lindas que faz minha mulher ser esse mulherão ainda mais.
- Não precisa, depois eu arrumo.
- É que a gente já esta numa boa, entende meu, sabe, essas sacolas ai não deixa um ar legal no nosso lar, eu sinto algo ruim aqui dentro de mim.
- Tanto faz, arrumando ou não, elas não são qualquer garantia de que eu fique por mais um dia ou uma hora.
Daniel olha para aquilo e logo esta do lado dela.
- O que foi Daniel, vai me bater de novo?
- Não, jamais.
O rapaz sai de perto dela, Jocyane joga a toalha no chão, vai até a banqueta e faz sua make.
- Você é tão linda.
- Sai Daniel, eu não vou te servir, já te disse.
- Eu sei, eu não vou te forçar a nada.
- Eu espero que sim.
Aline termina de atender a mulher ali e se prepara para a próxima que será há uns 20 minutos.
- Boa tarde.
- Oi querida, desculpe mais não vou poder atende-la, devido a PANDEMIA, agora tem de ser marcado, tá bom.
- Asim, me desculpe, eu não vim por seus serviços.
- Como?
- Sou Magali Pereira Gomes, esposa de Marcelo Gomes e mãe do Gustavo.
- Me desculpe, entre, eu não sabia........
- Obrigada. Olhando a tudo ali, Magali senta a beira do sofá, Aline traz suco para a mulher que não aceita.
- Obrigada, na realidade eu bebi algo há pouco.
- Entendo, então.........
- A sim, eu trouxe alguns papéis e uns documentos para que você assine-os.
- E o que tem nesses papéis?
- Só protocolos, bobagens, olhe, não leve a mau, mais preciso saber se você não vai nos levar aos tribunais futuramente?
- Isso jamais, me dê a caneta eu assino.
- Aqui.
- Obrigada.
Enquanto Aline assina, Magali presta atenção na mulher jovem ali.
- Soube que tem filhos?
- Sim, eles sairam com a vó, logo eles voltam, foram até o bar ali de cima.
- Sua mãe mora com você?
- Ás vezes, na verdade ela não tem paradeiro, fica aqui, na Carla e na casa de uma grande amiga dele.
- Entendo.
- Acho que não fica por muito aqui devido as crianças.
- A não, com certeza que não.
Aline entrega os papéis para Magali que os guarda na sua bolsa e então entrega uma pasta para ela.
- O que é isso?
- Uma espécie de regalo devido a sua honestidade.
- Não entendo.
- Abra, veja por si mesma.
Aline abre o envelope e nisso Judite chega com as crianças.
- Temos visita?
- Olá, sou Magali, mulher do Marcelo........
- É a mãe do Gustavo, senhor Gustavo?
- Sim.
- Nossa, você esta de parabèns, seu filho é um primor.
- Obrigada.
- Ele é um rapaz educado além de lindo.
Magali esboça um sorriso diante a fala de Judite.
Aline presa na leitura, Nilo vai a ela.
- O que é isso mãe?
- Calma filho, senhora, isso aqui é uma escritura?
- Sim.
- E?
- Uma casa para vocês morarem com maior conforto, fica num bairro próximo.
- Mais senhora, eu não posso aceitar isso.
- Por quê?
- É que, dá impressão que estou me vendendo e...........
- Ela aceita, aceita sim, pronto.
Carla ali na porta diz para Magali, o olhar de Aline para ele é quase que mortal.
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Judite acompanha Magali até a entrada da comunidade.
- Obrigada senhora........
- Judite, por favor mande lembranças ao seu Marcelo e ao menino Gustavo.
- Sim, obrigada, adeus.
- Tchau né.
Judite olha a mulher entrar no veiculo, ela nota que há um homem ali dentro, acena sem resposta retorna para a casa de Aline.
- Deu tudo certo dona Magali?
- O gente cheia de receios, mas como todo pobre, ao fim se dobra conforme o modo.
- Pelo jeito deu mais que certo.
- Vamos logo Clóvis. Magali passa álcool gel nas mãos, o carro sai dali.
Judite entra na sala, Aline ali a olhar os documentos nas mãos.
- O que foi filha?
- Não sei não, sabe, acho que estou dando um mau passo.
- Filha, por que pensa desse jeito, afinal você não pediu nada a ninguém, eles que quiseram....
- Eu sei mãe, mais a gente aprende desde cedo, nada é de graça.
- Isso sim, mais o que essa senhora quer de você?
- Que deixe o filho dela livre.
Diz Carla entrando ali.
- Você, por que me forçou daquele jeito a ficar com isso?
- Não seja boba, irmã, a vida esta te dando um brilho, merecido afinal.
- Por que só eu não sinto isso?
- Por que pensa e age como pobre.
- O quê?
- É isso mesmo, você sempre ai, esperando o pior de tudo e de todos.
- Não Carla, acho que no fundo tem razão, vocês perceberam como ela ficava um tanto diferente quando falavamos do filho dela?
- Eu, não, isso com certeza é sua pobreza dando mais uma vez o sinal de estragado.
- Carla.
- O que foi, só digo isso. Risos.
Nilo vem a mãe e lhe abraça, ganha carinho dela e da tia e avó.
Vanessa entra com as irmãs e olhando para a mãe.
- E então mãe, a gente se muda para a casa nova quando?
- Não sei, amanhã vou ao cartório ela vai mandar o motorista me pegar.
- Motorista, então deve ser o homem que estava dentro do carro?
- Tinha um homem no carro?
- Sim, um homem até novo. Diz Judite para elas.
Magali entra na sala já se despindo, Mercedes vem a ela.
- Pegue estas roupas, coloque fogo em tudo.
- Na bolsa também?
- Graciosa, uma Channel legitima, esta louca, eu a desinfeto.
- Não sei por que tanta frescura, só entrou em uma comunidade por que quis.
- Cale-se, olhe Mercedes, já estou cheia de suas indiretas, já não basta querer roubar a atenção e amor de meu filho só para você?
- Pronto, venha a banheira esta do jeito que gosta.
Mercedes entrega o roupão para Magali que o veste tirando as peças íntimas.
Clóvis entra na sala de Marcelo.
- E então?
- Deu tudo certo, de acordo com o que disse.
- Sabia, deixa-la resolver isso me fez muito bem, afinal se a nego esse deleite com certeza iria se enfurecer e colocar eu e o Gustavo no olho do furacão.
- Com certeza que sim.
- Mais vamos trabalhar?
- Sim senhor.
Gustavo termina os assinos de alguns documentos, olha para o relógio e se prepara para sair quando toca seu celular.
- Oi, mãe, o que houve?
- Nada querido, só quero almoçar com o meu filhote, posso?
- Claro mãe. Gustavo marca com a mãe o restaurante, logo manda mensagens para Aline pelo celular de Carla, ela recebe esta e passa para Aline que lê.
- O que esse rapaz tanto quer?
- Eu é que não sou, sério mesmo, você ainda faz esse tipo de pergunta, acorda mulherrrrrrrrrrrr.
- Pare Carla, você mesma falou, a mãe me quer bem longe do filho dela.
- Bem, isso é quase que inegável, mais e daí, até que ela te diga com as palavras dela, vai chegando junto do bofe garotaaaaaaaaa.
- Você não presta mesmo. Risos.
Jocyane termina a limpeza da casa quando Daniel entra.
- Tenho uma surpresa para a gente.
- O que foi?
- Vamos fazer um churras e ai, gostou?
- Aqui no apartamento, ficou doido mesmo, acha que o sindico vai permitir?
- Ja falei com o velhote tá tudo no esquema.
- Sei você e seus negócios, por mim, faça o que bem entender.
- Mais você gostou?
- Tanto faz.
- Que bom amor, te amo tá, vou sair e comprar as coisas tá coração?
A festa ali na casa é bem alegre, Jocyane traz mais cervejas, sendo ajudada por um dos convidados de Daniel.
- Obrigada.
- Nada moça.
Daniel olha para eles ali e alteia a voz, Jo sai sai dali indo para a cozinha, Daniel aumenta o volume do som num funk e ele junto dos amigos ficam a dançar.
O interfone toca e Jo atende, do outro lado o sindico que diz estar recebendo várias ligações em reclamações do barulho feito ali.
- Me desculpe. Ela desliga e vai até o aparelho diminuindo o volume do mesmo, Daniel vem a ela pegando no braço.
- Ficou doida, quem te mandou baixar o som?
- O sindico ligou, esta havendo reclamações.
Daniel a solta e segue para o quarto, logo retorna com uma pistola em mãos.
- Quem é esse velho ou qualquer um para me dizer o que posso ou não fazer.
Ele levanta a pistola para o alto, Jo vai até ele e tenta tirar a arma da mão do homem, ele a empurra e Jo cai batendo no pé da mesa, todos ali vê a cena, o cara que a ajudou com a cerveja vem a ela e a ajuda levantar-se.
- Esta bem moça?
- Sim, obrigada.
Daniel olha para eles.
- Esta acontecendo algo que eu deva saber aqui?
- O quê?
Jo sai dali indo para o quarto, Daniel termina a festa, todos saem dali, ele joga o gelo no tanque de roupas, tropeça em alguns pratinhos no chão e vai para o quarto, entrando ele encontra Jo com as sacolas de seus pertences.
- O que é isso?
- Vou para a minha tia.
- CHEGA, EU JA ME CANSEI DE TODA ESSA MERDA, VOCÊ NÃO VAI PARA LUGAR ALGUM, OUVIU BEM?
- Sai da minha frente.
- Não, eu não vou sair, não saio e você vai ficar aqui, ouviu bem, ficar aqui.
Ela tenta passar por ele, mais o homem a derruba no chão, arrasta ela de volta para o quarto, ali na cama ela é jogada, a porta é fechada e as agressões se iniciam, Jo é violentada pelo homem ali, os vizinhos ouvem os gritos de socorro.
Aline olha para o documento ali deitada na cama, Judite entra ali.
- As crianças dormiram?
- Sim mãe.
- E você, não vai dormir?
- Perdi o sono.
- Sei, esta ainda pensando se aceita ou não?
- O que filha, a decisão tem de ser sua, mais não se esqueça você tem filhos.
- Entendo mãe.
- Sei que entende e assim saberá o melhor a se fazer.
110421.....