O passarinho
Um passarinho que resolveu não voar. A gaiola fora aberta, todos fugiram, porém, ele permaneceu lá. Por que? Cantava o dia todo, o dia todo. Era um som encantador. Um dia feliz, outro melancólico. Por que? Preferiu a prisão. A porta para a liberdade se abriu, mas preferiu a prisão. Viu seus pares indo, mas preferiu a prisão.
A prisão.
Por que?
Quando nisso pensava, olhava para a casa e então cantava. A gaiola ainda estava aberta, mas não voava, não se libertava. Não foram fechá-la, por quê? Não era como se quisesse que todos se fossem, mas também não queria que ficassem presos. De um jeito ou de outro, a portilha continuaria aberta e ele continuaria ali.
Despertou a curiosidade daquela: - Por que não vai?
Ele respondia cantando.
Recebia, com aquilo, se não um sorriso, uma lágrima.
Será mesmo que era uma prisão?
O que era a liberdade para ele?
Era a paz.
E ele encontrou a paz naquela debilitada senhora que todos os dias ouvia-o cantar.