O passarinho

Um passarinho que resolveu não voar. A gaiola fora aberta, todos fugiram, porém, ele permaneceu lá. Por que? Cantava o dia todo, o dia todo. Era um som encantador. Um dia feliz, outro melancólico. Por que? Preferiu a prisão. A porta para a liberdade se abriu, mas preferiu a prisão. Viu seus pares indo, mas preferiu a prisão.

A prisão.

Por que?

Quando nisso pensava, olhava para a casa e então cantava. A gaiola ainda estava aberta, mas não voava, não se libertava. Não foram fechá-la, por quê? Não era como se quisesse que todos se fossem, mas também não queria que ficassem presos. De um jeito ou de outro, a portilha continuaria aberta e ele continuaria ali.

Despertou a curiosidade daquela: - Por que não vai?

Ele respondia cantando.

Recebia, com aquilo, se não um sorriso, uma lágrima.

Será mesmo que era uma prisão?

O que era a liberdade para ele?

Era a paz.

E ele encontrou a paz naquela debilitada senhora que todos os dias ouvia-o cantar.

Rodrigo Hontojita
Enviado por Rodrigo Hontojita em 22/02/2021
Código do texto: T7190781
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.