NOVO ENCONTRO
Guida Linhares
E os bailes foram acontecendo e os dois foram se encontrando, dançando muito, curtindo cada momento proporcionado pela boa música, o ritmo, a pausa, o toque, o encantamento.
Ele bastante entusiasmado e ela mais arredia, cedeu contudo ao convite para um cineminha e no escurinho da sala ele acariciou o braço dela por longo tempo, até que desistiu por não encontrar reciprocidade.
Algo a segurava, ainda não sabia bem o porquê, pois aquele homem tão atencioso, tão carinhoso, tão bom bailarino não a encantava completamente e assim ela resolveu ter uma conversa com ele a respeito. Percebia o ávido interesse dele, mas não conseguia corresponder na mesma sintonia.
Acabado o filme, por sinal muito bom, ela pediu que sentassem no banco da praia porque queria conversar. Ele aceitou mas não parava de falar sobre o filme, o Brasil, a política e então ela o interrompeu dizendo:
- Você pode me escutar?
Ele calou-se e ela então disse que não sentiu-se à vontade para retribuir o toque carinhoso e que ele era um ótimo dançarino, mas daí a qualquer outro avanço, ela ainda não estava preparada.
Ele respondeu que na verdade, poderiam ser apenas amigos já que ele tinha uma namorada em outra cidade, há já alguns anos, mas que impossibilitada de dançar por causa de problema nos joelhos, não podia mais acompanhá-lo. E ele queria curtir ao máximo seus oitenta anos, dançando muito pois fizera isso uma vida inteira.
Apesar de não esperar uma revelação destas, ela sentiu-se aliviada por dentro, já que realmente desde o começo não sentira a química dos corpos, o desejo que percorre a pele quando há tesão entre os parceiros.
Sem entrar no mérito da situação respondeu a ele que agradecia a sinceridade e que só não gostaria de estar no lugar da namorada, que devia sentir-se triste por estar sozinha, sem a companhia do namorado, ao que ele retrucou que ela concordava que ele fosse aos bailes e tivesse uma boa companhia.
Novos tempos, ela pensou e quase disse a ele: - Bem, agora não vais querer "queimar meu filme", andando de mãos dadas como dois namorados e me colocando em uma situação irreal e porque não dizer ridícula. Mas calou-se e nada disse...afinal o tempo é amigo da verdade e quando ela surge radiante e bonita, ela sabia que tinha mais é de agradecer a Deus, por tudo que dá e tudo o que tira.
Ontem ele ligou convidando para um evento musical, ela recusou. Hoje ele ligou para um sorvete no shopping....e ela respondeu amavelmente: - Meu amigo, não atendo corações ocupados, pois o meu é livre e desimpedido e quer alguém que também o seja. Obrigado pelos bons momentos. Seja feliz!
Santos/SP/Brasil
02/02/15
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Guida Linhares
E os bailes foram acontecendo e os dois foram se encontrando, dançando muito, curtindo cada momento proporcionado pela boa música, o ritmo, a pausa, o toque, o encantamento.
Ele bastante entusiasmado e ela mais arredia, cedeu contudo ao convite para um cineminha e no escurinho da sala ele acariciou o braço dela por longo tempo, até que desistiu por não encontrar reciprocidade.
Algo a segurava, ainda não sabia bem o porquê, pois aquele homem tão atencioso, tão carinhoso, tão bom bailarino não a encantava completamente e assim ela resolveu ter uma conversa com ele a respeito. Percebia o ávido interesse dele, mas não conseguia corresponder na mesma sintonia.
Acabado o filme, por sinal muito bom, ela pediu que sentassem no banco da praia porque queria conversar. Ele aceitou mas não parava de falar sobre o filme, o Brasil, a política e então ela o interrompeu dizendo:
- Você pode me escutar?
Ele calou-se e ela então disse que não sentiu-se à vontade para retribuir o toque carinhoso e que ele era um ótimo dançarino, mas daí a qualquer outro avanço, ela ainda não estava preparada.
Ele respondeu que na verdade, poderiam ser apenas amigos já que ele tinha uma namorada em outra cidade, há já alguns anos, mas que impossibilitada de dançar por causa de problema nos joelhos, não podia mais acompanhá-lo. E ele queria curtir ao máximo seus oitenta anos, dançando muito pois fizera isso uma vida inteira.
Apesar de não esperar uma revelação destas, ela sentiu-se aliviada por dentro, já que realmente desde o começo não sentira a química dos corpos, o desejo que percorre a pele quando há tesão entre os parceiros.
Sem entrar no mérito da situação respondeu a ele que agradecia a sinceridade e que só não gostaria de estar no lugar da namorada, que devia sentir-se triste por estar sozinha, sem a companhia do namorado, ao que ele retrucou que ela concordava que ele fosse aos bailes e tivesse uma boa companhia.
Novos tempos, ela pensou e quase disse a ele: - Bem, agora não vais querer "queimar meu filme", andando de mãos dadas como dois namorados e me colocando em uma situação irreal e porque não dizer ridícula. Mas calou-se e nada disse...afinal o tempo é amigo da verdade e quando ela surge radiante e bonita, ela sabia que tinha mais é de agradecer a Deus, por tudo que dá e tudo o que tira.
Ontem ele ligou convidando para um evento musical, ela recusou. Hoje ele ligou para um sorvete no shopping....e ela respondeu amavelmente: - Meu amigo, não atendo corações ocupados, pois o meu é livre e desimpedido e quer alguém que também o seja. Obrigado pelos bons momentos. Seja feliz!
Santos/SP/Brasil
02/02/15
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