CORRUPÇÃO
Meu falecido marido, o Celso, ia frequentemente a Brasília. Estava envolvido em uma licitação para a venda de rádiocomunicadores para a Polícia Militar do DF. Ele, naquela época, trabalhava para uma grande empresa de telecomunicações em SP.
O fato ocorreu no início da década de 1980. Celso estava no Aeroporto de Congonhas esperando a hora de seu voo para Brasília quando, na sala de embarque, encontrou seu primo que ia para o mesmo destino e, coincidentemente, no mesmo avião. Enquanto esperavam, sentaram-se e começaram a conversar, fazia tempo que não se viam.
Celso contou a ele a finalidade de sua viagem, que tinha a expectativa de que a empresa para a qual trabalhava ganharia a concorrência. Estava muito animado. Então, perguntou ao primo o que o levava à Capital Federal. Este, que era executivo de um grande banco, disse-lhe apenas que
“ia a Brasília fazer lobby e corromper político.”
E nada mais disse, nem lhe foi perguntado....