A borboleta (20.06.2017) - Para Carol, a quem sempre amarei! Nossa borboleta brilhante como diamante
Encontrei uma borboleta morta quando acordei...
Fui ao banheiro e lá estava ela no chão. Ainda tentei mexer nela para ver se voava e ia embora, mas nem sequer...
Não sei por que isso me doeu tanto, talvez fosse por causa do período sofrido do mês ou se foi por imaginar o quanto aquela borboletinha linda já tinha visto e vivido desde a saída do casulo... Até antes...
As asinhas dela eram brancas com detalhes marrons ou cinzas, não sei bem, e era tão delicada... Por que aquela linda borboleta acabou no banheiro de uma moça que nada poderia ter a ver com sua vida?
Acabei chorando por causa da morte daquela borboletinha, mesmo não sabendo ao certo quando havia acontecido e sem saber o motivo de ela ter escolhido um banheiro... Um banheiro!... Para morrer...
Desci para tomar café ainda pensando naquela tragédia que, poxa, teve lugar em um banheiro... Não queria mais saber o motivo de aquilo ter me abalado tanto, só sei que foi assim e pronto! Me doeu ver aquela borboleta morta! Tomei um susto quando a vi lá e se ela não estivesse morta, tudo estaria legal no dia de hoje... Mas ela tinha que estar morta? Logo no período de mais sensibilidade?
Ainda pensei em escovar os dentes só depois de chegar na faculdade, para não ter que entrar novamente no banheiro e ver mais uma vez a tragédia que, eu tinha absoluta certeza, me faria chorar de novo e chegar na aula com os olhos inchados...
Mas entrei.
Porém, não mais via a borboleta onde a deixei. Não sei se me desesperei porque, inconscientemente, queria dar um fim um pouco mais digno a ela (pelo menos melhor do que um banheiro) ou se era porque... Não sei, tá? Só sei que não queria perdê-la para mais tragédias...
Então a encontrei! Estava no espelho abrindo e fechando as asinhas lindas e... Acho que me viu... Alçou voo, passou perto dos meus olhos e, mesmo que eu tivesse me afastado um pouco por reflexo, pareceu me agradecer por alguma coisa com isso. Voou para o quarto a fim de sair pela janela. Saiu rumo a mais descobertas e concedendo ao mundo um pouco mais de sua beleza voante.
Chorei novamente e, agora, as lágrimas molhavam meus lábios sorridentes!
Paulia Barreto