Maria e a casinha
ERA cozinheira na casa de um casal de executivos da classe média alta. Ua cozinheira de mão cheia, competente, educada, delicada e honestíssima. E muito alegre e feliz. Mesmo morando no morro na arte de risco, não se queixava.Era evangélica e achava que estava protegida. Os donos da casa gostavam muito dele, embora sentissem que aquela mulher tão trabalhadora e gentil merecia uma vida melhor. Lamentavam ainda que ela desse uma parte do salário à igreja como forma de dízimo. Mas ela vibrava com isso, achava ser o seu dever. Não queriam contrariá-la, tinham que respeitar sua opção.
Um dia ela chegou mais alegre do que de costume. O dono da casa ficou curioso e perguntou:
- Maria, você nao joga então não ganhou na loteria, por que estã tão alegre?
Ela esclareceu:
´- Patrão, abençoado, estou muito alegre porque consegui comprar minha casinha.
O patrão também ficou alegre. Mas perguntou:
=Maria, você tirou empréstimo em banco? Espero que a casa seja fora da área de risco.
Ela novamente esclareceu:
- Não, abençoado, não fiz empréstimo e nem a casinha é aqui na terra. É no céu. O pastor da minha Igreja foi muito bom, vou pagar a casinha em 36 meses, metade do dízimo, vou ficar pagando um dízimo e meio e depois a casinha é minha, lá no céu. Como estou feliz.
O patrão ficou revoltado, mas sabia que não adiantaria tentar dizer que era vigarismo. Ela jamais acreditaria. Ficou só triiste. Inté.