Brumadinho - E choram, choro eu
Eu choro. Choro porque tenho uma tal de “empatia” que me leva a ter percepções mais sensoriais dos sentimentos vividos pelas pessoas que eu esteja vendo.
Curioso mas é verdade, certamente a ciência tem uma resposta a essa minha especial percepção.
Mas eu choro também de raiva.
Raiva pelo descaso dos poderes para com as pessoas que passaram ou passam por infortúnios que não foram por elas causados.
Vê-se que o poder econômico, até mesmo nas tragédias, consegue conspirar contra a solidariedade, contra o povo, contra o cidadão que está sem chão, sem emprego, sem comida, sem casa...
E você vê que o poder constituído não tem capacidade de oferecer a acolhida minimamente necessária a essa pessoa que transita por um cruel momento que agora se repete.
No calor do drama, todo muito fala o que deveria ter sido feito, quem deveria fazer o que, mas vem cá, isso leva a que?
Esse mesmo tipo de debate foi intensamente promovido pelos meios de comunicação, pela mídia nacional, quando da tragédia de Mariana.
Mas de concreto o que foi feito?
Aparentemente nada.
A tragédia de Brumadinho revela que nada, absolutamente nada foi de novo foi incorporado à segurança das barragens afim de evitar o que agora ocorreu.
Uma vez mais a mídia vai ser intensa, os corpos serão recolhidos, os familiares terão a marca indelével da perda que talvez não ocorresse se as medidas que seriam tomadas a partir de Mariana tivessem sido efetivamente tomadas.
Será que uma terceira tragédia será necessário para que se implementem medidas efetivamente preventivas?