Amor virtual
Amor virtual
Capítulo 1
Rio de janeiro, ano 2007, bem no coração da cidade, a agitação impera.
Todos os dias, pessoas chegam para ali se instalar ao mesmo tempo em que tantas outras partem desiludidas, pessoas nascem a cada minuto, enquanto outras morrem no mesmo espaço de tempo.
Nesse turbilhão metropolitano, ninguém se assusta com mais nada, tudo é esperado, tudo é possível, porém existe o inusitado, por ele, realmente ninguém espera.
Isadora, mulher feita, em corpo de menina.Vivida, casada, mãe, faz parte desse contexto.
De maneira simples, podemos definir assim, a sua vida medíocre até então.
Menina pobre, casara cedo, largara a escola, as bonecas, para viver um grande amor, isso acontece todos os dias , em diversos lugares, com muitas outras Isadoras.
Assim , ela viveu boa parte de sua juventude, arrumando, lavando, passando, cozinhando e a noite amando se u marido..
Sempre fôra assim para todas as mulheres de sua família e para ela porque seria diferente?Era feliz? Sim se considerava feliz, o que a assustava entretanto, era aquela angústia que sentia.
Aquele grito sufocado dentro de si, querendo falar o que não sabia. Não sabia, mas sentia , sentia crescer dentro de si a cada dia uma inquietação muito grande.Ela queria mais, precisava de mais!Porém não sabia o quê, o quanto...
Assim, nessa efervescência de desejos desconhecidos, transcorriam os dias de Isadora.Naquele corpo, aparentemente tranqüilo, somente o brilho dos olhos, deixavam transparecer a ânsia de vida que o seu interior clamava com todas as suas forças. Queria e precisava viver., seu olhar transpassava o vulcão interior daquela criatura aparentemente frágil.
Ali estava ela.Sua vida parada vendo os filhos crescerem, o marido se impor cada vez mais. E Ela? Não podia querer ? Não poderia ansiar?Desejar?Nessa monotonia intensa caminhava a vida de uma mulher linda que arrancava olhares e despertava desejos por onde passasse.
Capítulo 2-
Transcorriam os anos e ela sentia em seu próprio corpo a vida escorrendo o tempo vazando por entre seus dedos!E aí aumentava a sua vontade de se libertar, crescia sua pressa em quere ser......
Naquele dia então, acordara mais cedo, passara a noite em claro rolando na cama com o olhar fixo no além, a procura de algo desconhecido.Não estava a fim de fazer nada.. apenas deixar o tempo passar. Resolveu então sentar e simplesmente ficar , remexendo alguns sites no computador. Nunca fizera isso antes, se encarregava apenas de olhar e-mails e ver mensagens , pouco sabia usar a tal máquina. Seu próprio e-mail fora feito por sua filha, ela se encarregara de tudo, criar, abrir adicionar amigos e ensinar a Isadora o mínimo necessário pra tal tarefa.
Realmente ela não tinha tempo para isso .As tarefas de casa eram muitas!Mas hoje não faria nada. Estava decidida.
Perante essa iniciativa , sentiu se um pouco viva, ela podia querer sim.Verificava suas mensagens quando deparou com um pedido de contato. Leu o nome, não consegui identificar, deixou pra lá e o dia transcorreu lentamente como de costume. A noite melancólica como sempre, o sexo rotineiro com nunca,o marido feliz , nem se importava com a felicidade dela. Nunca notara sequer a angústia vivida por Isadora. Nunca desconfiara daqueles pensamentos que lhe atormentavam os dias.
Como sempre rolava na cama durante quase toda a madrugada, mas resolveu levantar, em sua mente veio aquele nome desconhecido, E a curiosidade foi maior.
Levantou da cama ligou o pc. A mensagem continuava lá. Aceitou o contato , a resposta veio de imediato!
Oi, apareceu na telinha, ao lado uma foto jovem feliz cheia de vida porém totalmente desconhecida! Seu coração disparou , desligou o, pc e correu para a cama.
Adormeceu depois de muito tempo e sonhou, sonhou com um rosto que nunca tinha visto antes, acordou suada , molhada , espantada com a resposta tão imediata dada por seu corpo, diante a nova situação.
Aquela foto não saiu de sua mente. A vontade era de saber mais. A tarde não agüentando mais, voltou ao computador. Ligou e de novo apareceu. Oi, vc ta aí?
Isadora fugiu
Semanas transcorreram sem que ela respondesse, até que finalmente aos um a noite difícil , resolveu responder. Oi estou aki.
Naquele momento começava a nova etapa na vida de Isadora e de alguém de outra cidade bem distante do Rio de Janeiro, só que eles ainda não sabiam disso.
O tempo foi passando as informações foram chegando, ele , trabalhava e estudava, trocavam idéias sobre músicas, esportes, e demais assuntos. Dali pra frente Isadora tinha com quem conversar sem medo de ser julgada,.E Finalmente aquele turbilhão interior estava sendo acalmado.
As conversa eram normais .. Até que depois de meses vieram as novas perguntas.. Você namora:? Você é casada? O que fez no fim de semana?
E outras mais, as quais ela também retribuía. E o que era pior ou melhor, todos os dias às dezesseis horas eles estavam ali. Trocando idéias, alegrias ou dividindo as tristezas..
Todos notaram a mudança em Isadora, estava mais bonita, mais feliz, até cantava.
As despedidas virtuais então começaram a ficar mais quentes. Beijos, beijão, pensa em mim. Volte logo...
Não dava mais pra começar o dia sem aquele bom dia! Terminar o dia sem aquele : Até mais..O que estava acontecendo? Mas era bom , Ah isso era. Ela estava adorando a nova vida.
A coisa foi crescendo de tal forma que um belo dia trocaram fotos, e já teclavam o dia todo.Foi então que veio a pergunta; Posso falar de sexo?
Isadora gelou, esquentou , subiu as nuvens e caiu em terra. O que seria aquilo? Como seria então?
Não , disse ela tenha calma.. A resposta veio de imediato,. Não tenho pressa.
Ele poderia não ter pressa, mas ela, ela tinha pressa . Uma pressa enorme de se sentir viva novamente, de se sentir menina, amada enamorada , feliz! Ela precisa urgentemente daquele estranho, já não tão estranho para ser feliz!
E aquele estranho, precisa dela para tornar seus dias menos pesados. Os dias seguiram se arrastavam quando não se encontravam na rede, E disparava quando estavam teclando.A pergunta estava sempre no ar: Que sentimento era aquele que dominava o seu ser, tomava suas estranhas, mergulhava no seu prazer!
E desta forma chegaram ao desejo, ao querer, mas um querer tão forte, que tomava conta dos dois. Ela de cá , casada, madura, calejada, ele de lá casado? Solteiro? Enamorado? Jovem, tímido, fresco, quem sabe?
O que importa é que os dois não se viam um sem o outro, E nunca se tinham visto! Que loucura, que insanidade. Que vício maldito? Bem dito?
Eram felizes, brincavam, sorriam, amavam e até brigavam, já estava virando real aquele amor virtual.
Ela queria mais, precisava senti-lo, nos olhos, na carne, no cheiro. Ele retrocedia, tinha medo. De que? Não sabia!
Quanta inocência, quanto querer, quanta imaginação! Aqueles dois eram iguais, a distância os tornara iguais, na vontade de ser e fazer feliz.
E assim resolveram deixar continuar virtual aquele amor tão real.que resolveu tantos problemas reais.