...PARA REVISÃO....
O operário
5:00 horas
Celular toca insistentemente uma notória música de despertar.O operário se levanta, pega o celular, desliga o alarme.
5:30 horas
Precisa se preparar para mais um dia de trabalho.Vai ao banheiro se olha no espelho.Mais um dia.
O operário toma seu café forte, o dia será longo.Sorve cada gota com se fosse um néctar para despertar.A mulher pergunta:
-Tudo bem? Pareces meio aéreo, pensativo.
-Tudo. Ele responde, olhando a fumaça que saí do coador enquanto ela passa o restante do café. – São preocupações do dia, precisamos pagar algumas contas, aumentou muito energia elétrica, temos que economizar.
- Faço o que posso, mas você vê, às vezes a Dindinha demora no banho, eu desligo o chuveiro com ela lá, estou tentando economizar o máximo.Só estou passando roupa uma vez por semana.
-Eu sei, interrompe, sei que você se esforça. Sei disso.
A mulher termina de fazer o café e diz:
- Hoje vou à casa da Nazaré, sabe aquela dona da quitanda, ela tem faxina para fazer, já é algum dinheiro, afinal as crianças estão querendo presente de Natal, sabe como é...
-Hum ,Hum. Ele engole mais um pouco do café.
-Falando nisso, a Dindinha disse que queria um smartphone no Natal, e o Diego quer um Xbox, não sei não, tudo caro.
O operário pensa, olha o teto e depois fala.
-Vamos ver o que podemos fazer, mas não prometa nada, vamos ver se consigo fazer um crediário para dar os presentes de Natal.
O operário toma seu café forte, o dia será longo.Sorve cada gota com se fosse um néctar para despertar.A mulher pergunta:
-Tudo bem? Pareces meio aéreo, pensativo.
-Tudo. Ele responde, olhando a fumaça que saí do coador enquanto ela passa o restante do café. – São preocupações do dia, precisamos pagar algumas contas, aumentou muito energia elétrica, temos que economizar.
- Faço o que posso, mas você vê, às vezes a Dindinha demora no banho, eu desligo o chuveiro com ela lá, estou tentando economizar o máximo.Só estou passando roupa uma vez por semana.
-Eu sei, interrompe, sei que você se esforça. Sei disso.
A mulher termina de fazer o café e diz:
- Hoje vou à casa da Nazaré, sabe aquela dona da quitanda, ela tem faxina para fazer, já é algum dinheiro, afinal as crianças estão querendo presente de Natal, sabe como é...
-Hum ,Hum. Ele engole mais um pouco do café.
-Falando nisso, a Dindinha disse que queria um smartphone no Natal, e o Diego quer um Xbox, não sei não, tudo caro.
O operário pensa, olha o teto e depois fala.
-Vamos ver o que podemos fazer, mas não prometa nada, vamos ver se consigo fazer um crediário para dar os presentes de Natal.
-Seria bom, mas se não der, eles entendem, são boas crianças e espertas também, retruca ela.
6:00 horas
6:00 horas
O operário pega a mochila onde a mulher colocou a marmita, põe nas costas, e se prepara para sair, a mulher afaga o rosto taciturno do marido e diz:
-Bom trabalho querido!
-Boa sorte pra você na casa da Nazaré! A beijou e saiu.
Ao sair de casa passou pelo portão de ferro da casa, este estava enferrujado e tinha avarias, precisava de conserto, ele pretendia fazer isso logo. O portão rangeu assim que ele puxou e com dificuldade conseguiu fecha-lo.
O operário pega o ônibus que vinha em sua direção, bem na hora, ônibus cheio; o trajeto não é longo, mas por vezes tem trânsito logo pela manhã.
Chega à fábrica, crachá em mãos, segue ele, pensativo.
Firma grande é assim, tudo moderno .Passa o crachá, adentra o recinto, vai ao vestiário , troca de roupa, e segue rumo ao seu setor. Lá encontro seu parceiro e colega de profissão, ambos se cumprimentam, os dois não são de falar muito. E iniciam a rotina.
Na esteira as peças chegam para serem avaliadas e retificadas, caso necessário, ele e o colega observam, pega uma olha, verifica o erro na peça, a separa, o colega, liga o torno e a fresa, e as peças, vem na esteira e depois somem na outra ponta. Tudo mecânico e rotineiro.Pega a peça, verifica a avaria, depois separa, passa pelo torno ou pela fresa, põe na esteira, e novamente se repete com outra peça.
12:00 horas
-Bom trabalho querido!
-Boa sorte pra você na casa da Nazaré! A beijou e saiu.
Ao sair de casa passou pelo portão de ferro da casa, este estava enferrujado e tinha avarias, precisava de conserto, ele pretendia fazer isso logo. O portão rangeu assim que ele puxou e com dificuldade conseguiu fecha-lo.
O operário pega o ônibus que vinha em sua direção, bem na hora, ônibus cheio; o trajeto não é longo, mas por vezes tem trânsito logo pela manhã.
Chega à fábrica, crachá em mãos, segue ele, pensativo.
Firma grande é assim, tudo moderno .Passa o crachá, adentra o recinto, vai ao vestiário , troca de roupa, e segue rumo ao seu setor. Lá encontro seu parceiro e colega de profissão, ambos se cumprimentam, os dois não são de falar muito. E iniciam a rotina.
Na esteira as peças chegam para serem avaliadas e retificadas, caso necessário, ele e o colega observam, pega uma olha, verifica o erro na peça, a separa, o colega, liga o torno e a fresa, e as peças, vem na esteira e depois somem na outra ponta. Tudo mecânico e rotineiro.Pega a peça, verifica a avaria, depois separa, passa pelo torno ou pela fresa, põe na esteira, e novamente se repete com outra peça.
12:00 horas
Sirene toca – Horário de almoço
O operário deixa o posto, quieto, pensativo, vai ao banheiro, lava o rosto e as mãos e vai almoçar. Durante o almoço, ouve os colegas conversando, assuntos da crise atual .Ele ouve no rádio as mesmas notícias, o William Bonner fala no JN, tudo a mesma coisa.
Crise, ajuste fiscal
Falta de incentivo fiscal para as indústrias
Commodity, os preços despencaram
O aço está perdeu valor no mercado internacional – culpa da China
O operário continua seu almoço e só pensa em consertar o portão, o Natal, seus filhos de 10 e 12 anos, querem coisas caras, e a mulher, trabalha tanto, ela merece algum presente, um vestido bonito, um final de ano na praia, faz tempo que eles nem viajam mais, quem sabe esse ano.
Os comentários continuam
Crise
Ajuste fiscal
Falta de incentivo para indústria
Commodity despencaram
O aço não tem valorização –culpa da China
Terminado o almoço o operário retoma suas atividades em silêncio, rosto taciturno, olhar vago, pensamentos dispersos.
O operário deixa o posto, quieto, pensativo, vai ao banheiro, lava o rosto e as mãos e vai almoçar. Durante o almoço, ouve os colegas conversando, assuntos da crise atual .Ele ouve no rádio as mesmas notícias, o William Bonner fala no JN, tudo a mesma coisa.
Crise, ajuste fiscal
Falta de incentivo fiscal para as indústrias
Commodity, os preços despencaram
O aço está perdeu valor no mercado internacional – culpa da China
O operário continua seu almoço e só pensa em consertar o portão, o Natal, seus filhos de 10 e 12 anos, querem coisas caras, e a mulher, trabalha tanto, ela merece algum presente, um vestido bonito, um final de ano na praia, faz tempo que eles nem viajam mais, quem sabe esse ano.
Os comentários continuam
Crise
Ajuste fiscal
Falta de incentivo para indústria
Commodity despencaram
O aço não tem valorização –culpa da China
Terminado o almoço o operário retoma suas atividades em silêncio, rosto taciturno, olhar vago, pensamentos dispersos.
16:00 horas
O supervisor adentra o recinto, e chama o operário, ele pára o que está fazendo e vai ter com o chefe. Ouve o que ele fala, olha para trás, para o colega e deixa o recinto.
Aguarda na sala a moça bonita pegar os papéis, ela gentilmente pede que ele se sente, o operário com seus pensamentos dispersos, sabe o que vai acontecer, ele sabe o que significa ser chamado àquela sala.
-Senhor, fala com voz suave a bela moça, sinto muito mas a empresa está passando por dificuldades financeiras e nesse momento seu desligamento torna-se necessário.
O operário ouve atento o que bela moça lhe diz, pensamentos vão e vem, e ele consegue perguntar:
-Por que? Eu nunca falto, nunca chego atrasado, sempre trabalho direitinho. Por que eu?
-Senhor, lamento, mas a escolha não é minha, o diretor optou por 5 funcionários , sendo um de cada seção, lamento , senhor -Mas a crise, tenho 40 anos, vai ser difícil arrumar outro emprego, tá difícil, você sabe , né?
-Senhor, entendo, mas infelizmente, não depende de mim, são ordens do diretor, precisamos cortar gastos, a folha de pagamento está muito alta, há dificuldades com imposto e tributos, sinto muito, não posso fazer nada.
O operário olha para a bela moça fixamente e entende, ela não tem como resolver, ela não manda, firma grande, sempre tem uma diretor, presidente, ela não, só funcionária.
-Por favor, peço que o senhor assine aqui embaixo nessa linha. – Ela passou para ele uma folha, onde estava escrito rescisão de contrato.
O operário lê perplexo, chateado, aflito.
Assina o papel e a moça com voz suave diz:
-O senhor receberá o aviso prévio, a homologação será em 5 dias.Só aguardar.
O operário, rosto taciturno, olhar vago, pensamentos dispersos agora desconexos. Se levanta para sair e ouve a voz suave , novamente.
-Senhor, me desculpe, eu preciso do seu crachá.
Ele pega no bolso e entrega à ela, e saí.
No vestiário ele abra o armário de aço, pega suas coisas, poucas coisas na verdade, alguns passatempos, boné, alguns Dvds e Cds que emprestara para um amigo, e um par de sandálias. Põe tudo na mochila , se despede do colega, sem muita conversa, fala algo com o supervisor e saí.
Durante o trajeto de volta, prefere vir à pé, agora que diferença faz, não tem pressa de chegar em casa.Vai andando e olhando a rua, as pessoas, algumas dispersas em seus celulares, outras dirigindo ferozmente para volta pra casa.Ele continua andando, as passos lentos, devagar, pensamentos dispersos.
Aquelas conversas na hora do almoço; ajuste fiscal, falta de incentivo fiscal para indústria, commodity, preço do aço, o que ele tem a ver com isso. Caminha e entende, tem tudo a ver é a crise.
Já anoiteceu e ele chega no portão de casa, este range novamente quando aberto, agora não dá, o portão vai esperar, pensa ele. Assim como vai esperar o Smartphone da Dindinha e o Xbox do Diego. Agora não dá.
Na porta de casa , o operário, se desvencilha da mochila nas costas, está pesada, pesada está sua alma... Saca as chaves e insere na fechadura, abre a porta e o operário, rosto taciturno, olhar vago, pensamentos dispersos, força um sorriso e uma lágrima rola a face.
Aguarda na sala a moça bonita pegar os papéis, ela gentilmente pede que ele se sente, o operário com seus pensamentos dispersos, sabe o que vai acontecer, ele sabe o que significa ser chamado àquela sala.
-Senhor, fala com voz suave a bela moça, sinto muito mas a empresa está passando por dificuldades financeiras e nesse momento seu desligamento torna-se necessário.
O operário ouve atento o que bela moça lhe diz, pensamentos vão e vem, e ele consegue perguntar:
-Por que? Eu nunca falto, nunca chego atrasado, sempre trabalho direitinho. Por que eu?
-Senhor, lamento, mas a escolha não é minha, o diretor optou por 5 funcionários , sendo um de cada seção, lamento , senhor -Mas a crise, tenho 40 anos, vai ser difícil arrumar outro emprego, tá difícil, você sabe , né?
-Senhor, entendo, mas infelizmente, não depende de mim, são ordens do diretor, precisamos cortar gastos, a folha de pagamento está muito alta, há dificuldades com imposto e tributos, sinto muito, não posso fazer nada.
O operário olha para a bela moça fixamente e entende, ela não tem como resolver, ela não manda, firma grande, sempre tem uma diretor, presidente, ela não, só funcionária.
-Por favor, peço que o senhor assine aqui embaixo nessa linha. – Ela passou para ele uma folha, onde estava escrito rescisão de contrato.
O operário lê perplexo, chateado, aflito.
Assina o papel e a moça com voz suave diz:
-O senhor receberá o aviso prévio, a homologação será em 5 dias.Só aguardar.
O operário, rosto taciturno, olhar vago, pensamentos dispersos agora desconexos. Se levanta para sair e ouve a voz suave , novamente.
-Senhor, me desculpe, eu preciso do seu crachá.
Ele pega no bolso e entrega à ela, e saí.
No vestiário ele abra o armário de aço, pega suas coisas, poucas coisas na verdade, alguns passatempos, boné, alguns Dvds e Cds que emprestara para um amigo, e um par de sandálias. Põe tudo na mochila , se despede do colega, sem muita conversa, fala algo com o supervisor e saí.
Durante o trajeto de volta, prefere vir à pé, agora que diferença faz, não tem pressa de chegar em casa.Vai andando e olhando a rua, as pessoas, algumas dispersas em seus celulares, outras dirigindo ferozmente para volta pra casa.Ele continua andando, as passos lentos, devagar, pensamentos dispersos.
Aquelas conversas na hora do almoço; ajuste fiscal, falta de incentivo fiscal para indústria, commodity, preço do aço, o que ele tem a ver com isso. Caminha e entende, tem tudo a ver é a crise.
Já anoiteceu e ele chega no portão de casa, este range novamente quando aberto, agora não dá, o portão vai esperar, pensa ele. Assim como vai esperar o Smartphone da Dindinha e o Xbox do Diego. Agora não dá.
Na porta de casa , o operário, se desvencilha da mochila nas costas, está pesada, pesada está sua alma... Saca as chaves e insere na fechadura, abre a porta e o operário, rosto taciturno, olhar vago, pensamentos dispersos, força um sorriso e uma lágrima rola a face.