O FRÁGIL COLAR DE PÉROLAS
Eveline era uma moça muito bonita, corpo esguio, semblante elegante e inacreditáveis olhos azuis, tão transparentes, que pareciam um espelho d`água. Sua educação refinada, não poderia supor que em seu caminho, iria encontrar Saulo, um bom vivant, sempre pronto para abater uma gazela desavisada, e viu em Eveline, sua próxima vítima. Ele nunca trabalhara, apenas sobrevivia às custas de golpes, engabelando jovens puras e de boa família, de preferência, as bem abastadas. Ele com seu visual de galã, penetrantes e grandes olhos negros, tipo atlético, boas roupas e com a educação recebida num bordel de luxo, cuja dona era sua madrinha, uma senhora elegante, de família rica e falida, mas, que o educara, não só nas artes da sedução, como também, o aculturou muito bem, isso era o seu diferencial. Enganou e surrupiou muitas donzelas, nos seus quase trinta anos de vida.
O que era mais comum, era dar às moças, um belo colar de pérolas, logo que sentia que elas estavam no papo, como ele mesmo dizia aos confrades, só não contava, que Eveline, era dura na queda, tinha de tudo, e alguma coisa lhe dizia que aquele rapaz muito falante e gentil até demais, tinha algo de errado, não estava muito convencida de sua paixão repentina, apressado demais. No dia em que ele achou, que ela estava pronta para o colar de pérolas, o mesmo que já ofertara a outras e roubara de volta, quando às deixava chorando pelo caminho, ele o colocou numa caixa de presente muito fina de veludo vermelho e partiu para o bote.
Para Eveline, o colar era muito bonito, mas, tinha tantas joias, que fingiu ficar muito satisfeita com o presente, conversa vai conversa vem, jantar, flores, beijinhos trocados, ele foi armando a cilada, sabia que naquele dia ela estaria sozinha em casa e quase a convenceu a levá-lo para lá, mas, nada deu certo, Eveline desconversou, disse que estava cansada, e não tinha o hábito de levar ninguém à sua casa, sem que seus pais estivessem por lá, delicadamente o despachou.
Não sabia o que estava pensando, mas, Eveline, assim que ele se afastou, pediu o carro simples do seu caseiro emprestado e seguiu Saulo, indo dar com ele entrando no tal bordel. Da forma que foi recebido pelas libélulas na escadaria de entrada, era certo que ele ia muito àquele lugar, Eveline já não gostou nada daquilo, muito estranha aquela situação. Continuando em seu ponto de observação, foi tirando muitas fotos com o seu celular e então, percebeu que ele comentava alguma coisa, fazendo gestos como se demonstrando como oferecera o colar para ela, e uma risada debochada e de voz alta e aguda, bradou
- Mais uma tolinha vai cair no seu bote né meu gostoso!
Eveline, deu meia volta com o carro e retornou para casa, ele havia de ter a sua lição, no dia seguinte, ela o esperava para passear à tarde, se aprontou divinamente, colocou o colar de pérolas no seu alvo pescoço e aguardou por ele. Logo que ele chegou, fez seus esfuziantes elogios à sua “bela amada”, que hoje tinha os pais presentes em casa e também cientes do que ela planejara, o receberam com cortesia apurada. Os pais dela os deixaram sozinhos, mas, ficaram próximos à porta da sala, escondidos para presenciar o desfecho daquela farsa. Saulo completamente tranquilo, percebeu que detrás do sofá Eveline, tirou um envelope dourado, com o brasão da família e disse que era um presente para ele. Saulo como não esperava por isso, sorriu de orelha a orelha, já imaginando cifrões, pois o envelope era magro, não caberia um objeto, talvez um cheque para que ele comprasse alguma coisa, ações, passagens para um passeio, delirou o rapaz!
Ao abrir o envelope, sua “ clara morenice” empalideceu sobremaneira, eram as fotos ampliadas que Eveline havia tirado, ela arrancou o colar do pescoço, as pérolas voaram rolando pelo chão, seus pais e um segurança o escorraçaram da casa, avisando que nem sequer passasse por aquele bairro, ou o denunciariam à polícia, Saulo, saiu de lá corrido e amassado pelo forte segurança, partiu correndo para os braços da madrinha, para chorar suas lamúrias, Eveline ficara de publicar na internet as fotos para nenhuma outra moça de família caísse em suas ciladas, ele estava realmente ferrado, por assim dizer, teria que arrumar outra forma de bancar seus luxos.
Cristina Gaspar
Rio de Janeiro, 25 de setembro de 2015.
Eveline era uma moça muito bonita, corpo esguio, semblante elegante e inacreditáveis olhos azuis, tão transparentes, que pareciam um espelho d`água. Sua educação refinada, não poderia supor que em seu caminho, iria encontrar Saulo, um bom vivant, sempre pronto para abater uma gazela desavisada, e viu em Eveline, sua próxima vítima. Ele nunca trabalhara, apenas sobrevivia às custas de golpes, engabelando jovens puras e de boa família, de preferência, as bem abastadas. Ele com seu visual de galã, penetrantes e grandes olhos negros, tipo atlético, boas roupas e com a educação recebida num bordel de luxo, cuja dona era sua madrinha, uma senhora elegante, de família rica e falida, mas, que o educara, não só nas artes da sedução, como também, o aculturou muito bem, isso era o seu diferencial. Enganou e surrupiou muitas donzelas, nos seus quase trinta anos de vida.
O que era mais comum, era dar às moças, um belo colar de pérolas, logo que sentia que elas estavam no papo, como ele mesmo dizia aos confrades, só não contava, que Eveline, era dura na queda, tinha de tudo, e alguma coisa lhe dizia que aquele rapaz muito falante e gentil até demais, tinha algo de errado, não estava muito convencida de sua paixão repentina, apressado demais. No dia em que ele achou, que ela estava pronta para o colar de pérolas, o mesmo que já ofertara a outras e roubara de volta, quando às deixava chorando pelo caminho, ele o colocou numa caixa de presente muito fina de veludo vermelho e partiu para o bote.
Para Eveline, o colar era muito bonito, mas, tinha tantas joias, que fingiu ficar muito satisfeita com o presente, conversa vai conversa vem, jantar, flores, beijinhos trocados, ele foi armando a cilada, sabia que naquele dia ela estaria sozinha em casa e quase a convenceu a levá-lo para lá, mas, nada deu certo, Eveline desconversou, disse que estava cansada, e não tinha o hábito de levar ninguém à sua casa, sem que seus pais estivessem por lá, delicadamente o despachou.
Não sabia o que estava pensando, mas, Eveline, assim que ele se afastou, pediu o carro simples do seu caseiro emprestado e seguiu Saulo, indo dar com ele entrando no tal bordel. Da forma que foi recebido pelas libélulas na escadaria de entrada, era certo que ele ia muito àquele lugar, Eveline já não gostou nada daquilo, muito estranha aquela situação. Continuando em seu ponto de observação, foi tirando muitas fotos com o seu celular e então, percebeu que ele comentava alguma coisa, fazendo gestos como se demonstrando como oferecera o colar para ela, e uma risada debochada e de voz alta e aguda, bradou
- Mais uma tolinha vai cair no seu bote né meu gostoso!
Eveline, deu meia volta com o carro e retornou para casa, ele havia de ter a sua lição, no dia seguinte, ela o esperava para passear à tarde, se aprontou divinamente, colocou o colar de pérolas no seu alvo pescoço e aguardou por ele. Logo que ele chegou, fez seus esfuziantes elogios à sua “bela amada”, que hoje tinha os pais presentes em casa e também cientes do que ela planejara, o receberam com cortesia apurada. Os pais dela os deixaram sozinhos, mas, ficaram próximos à porta da sala, escondidos para presenciar o desfecho daquela farsa. Saulo completamente tranquilo, percebeu que detrás do sofá Eveline, tirou um envelope dourado, com o brasão da família e disse que era um presente para ele. Saulo como não esperava por isso, sorriu de orelha a orelha, já imaginando cifrões, pois o envelope era magro, não caberia um objeto, talvez um cheque para que ele comprasse alguma coisa, ações, passagens para um passeio, delirou o rapaz!
Ao abrir o envelope, sua “ clara morenice” empalideceu sobremaneira, eram as fotos ampliadas que Eveline havia tirado, ela arrancou o colar do pescoço, as pérolas voaram rolando pelo chão, seus pais e um segurança o escorraçaram da casa, avisando que nem sequer passasse por aquele bairro, ou o denunciariam à polícia, Saulo, saiu de lá corrido e amassado pelo forte segurança, partiu correndo para os braços da madrinha, para chorar suas lamúrias, Eveline ficara de publicar na internet as fotos para nenhuma outra moça de família caísse em suas ciladas, ele estava realmente ferrado, por assim dizer, teria que arrumar outra forma de bancar seus luxos.
Cristina Gaspar
Rio de Janeiro, 25 de setembro de 2015.