História das estórias

A lamparina já estava acesa e as camas prontas. Mas as crianças não estavam no quarto. Elas queriam saber das histórias das estórias da vovó.

─ Vovó, de onde vem tanta história? Conta pra gente?

─ Vovó não pode contar, meus netinhos... é um segredo muito bem segredado! E hoje não tem estorinha pra dormir! É a vez do vovô que está de cama!

O sorriso no rosto dos meninos sumiram rapidamente de suas pequenas faces. E foram desapontados pra cama.

─ Aninha, você já dormiu? – disse Dido baixinho. Aparecendo uma cabecinha de menina, Aninha respondeu:

─ Não, Dido.

─ Eu preciso de uma estória pra dormir, Aninha.

─ Eu também.

─ O que vamos fazer?

─ Eu sei, Dido se levantou e deitou na cana de Aninha, vamos sonhar juntos!

A menina não entendeu. Dido encostou sua testa na testa de Aninha.

─ Nós vamos sonhar juntos esta noite! Feche os olhos e vamos pensar num montão de coisas até começar uma estória.

Então fecharam os olhos e pensaram. Dido pensou numa bola colorida e Aninha num vestido de boneca azul e rosa. Logo, a bola vestiu o vestido e ganhou dos olhos que Dido imaginou e uma pequena boquinha de Aninha. E a bola falava e olhava para todos os lados.

─ Um carrinho! – gritou Dido.

E surgiu um carrinho amarelo que corria atrás da bola vestida. E a brincandeira ia aumentando: aparecia bicho, brinquedo, objeto e até o papai entrou na história.

O sonho durou a noite toda, as criançam criaram mil e uma, mil e duas e mil e três situações!

Acordaram felizes correndo contar para vovó sobre a estória da noite passada. Abriram a porta do quarto e viram a vovó e o vovô rindo de olhos fechados... com as testas juntas.