Sapatilhas
As sapatilhas estavam esquecidas na ultima gaveta da cômoda. estavam velhas e não serviam mais. A cor de rosa estava desbotada; uma flor a séculos sem ser regada. Nuncam mais foram usadas.
Foi um belo tempo enquanto elas eram utéis para os balés da vida. Donas de um sincronismo incrível. Giravam giravam e giravam de pontas e terminavam deitadas. Um explendor. E depois, recebiam rajadas de aplausos e prestígios. Depois eram sempre limpadas e guardadas com todo o carinho, e então: o descanço.
Pena das velhas sapatilhas esquecidas: no tempo, na gaveta, nos palcos e na memória da bailarina.
Agoram, habitam nas moradas da solidão. Sozinhas. Perfeitas. Porém, esquecidas na ultima gaveta de uma cômoda velha.