A caminhada
Às vezes ainda fico surpresa com esse meu jeito de observar e perceber a vida, as cores, as nuanças...
Estava na quinta volta pelo parque em minha habitual caminhada, havia percebido, que desde cedo um senhor caminhava a passos rápidos, ao menos numa velocidade maior que a minha.
Na verdade, eu queria mesmo era respirar o ar puro, observar os diferentes tons nas folhagens das árvores, suas flores, frutos, o caule já envelhecido contando o tempo e as intemperes porque passara ao longo de sua existência.
Assim, caminhava sem pressa, ouvia o canto dos pássaros numa sinfonia maravilhosa... crianças andavam de bicicleta, outras acompanhavam seus avós nos exercícios, e a vida seguia numa linda tarde de verão.
E lá estava eu, harmonizando corpo e mente. Mas a nossa mente nos surpreende... aquele senhor, passou por mim novamente.
Então pensei... nossa, quando jovem deve ter dado muito trabalho e sorri pelo meu pensamento.
É que ele ainda mantinha uma beleza sem igual no seu belo par de pernas que caminhavam a minha frente, embora, seus pés pisassem com um leve declínio, próprio da idade já avançada.
Numa outra volta, pareceu ler meus pensamentos... e brincou, para que eu apertasse o passo. Sorri, e respondi que precisava ir devagar
por orientação médica. A caminhada seguiu e cada um no seu ritmo. Enquanto eu, com todo o respeito, continuei a observar aquele porte másculo de um belo exemplar.
Ah, essa minha visão poética!