A CHUVA ESPALHOU
A CHUVA ESPALHOU
Já era tarde pelas bandas da Penha.
Do lado do poente formavam-se nuvens escuras e o sinal de tempestade estava se concretizando.
As donas de casa do vilarejo que repousava no vale, iam colhendo roupas do varal, outras, guardando lenha, outras fechando as porteiras e outras as janelas feitas de madeira.
O temporal a cada minuto ia se formando.
A preocupação ia ganhando força nos corações sertanejos daquele lugar.
Um vento forte começava a soprar no sentido leste, balançando as galhadas das árvores do arraial.
Os animais corriam pelos terreiros varridos procurando abrigo.
Nessa altura dos acontecimentos, chegou um senhor que morava na comunidade, montado em sua bicicleta quase sem pintura, colocou-a ao lado da varanda que ficava perto do paiol, e tranquilamente entrou na cozinha de sua casa e dizendo:
- não procupa, esse vento ispaia o temporá!
E de fato, a cada momento que se passava, o temporal se espalhava e a chuva acabou chegando totalmente amenizada.
No interior ainda é assim: o conhecimento e a experiência vividos valem mais do que a observação do que está para chegar.
É isso aí!
Acácio Nunes