O incrível Hulk
O Beto sim, era terrível. Tido como doido, podia tudo. Tentei de várias formas detê-lo nas experimentações de violência contra os colegas. Tudo em vão! As coisas só pioravam.Relatando à mãe, mais uma vez, as diabruras do filho, o avô escutou. E aquele corpo pequeno e curvado levantou-se indignado: ─ professora não pode aguentar isso!
E passou a policiar o neto acocorado no passeio em frente à Escola. Fiquei grata à vida por ele existir.
O aluno endiabrado diluiu-se em folhas de papel escrevendo longas e confusas histórias sem nexo; ficou Beto, o menino.
Para ajudá-lo a organizar a mente, insistia que verbalizasse primeiro o que ia escrever. Um dia ele aceitou: ─ vou contar a história do Hulk, a senhora assiste? Ele é grande... Do seu tamanho... Mas é verde.
Naquele momento, com aquele aluno, bem que gostei com meus cento e cinquenta e poucos centímetros de altura, ser comparada ao Hulk.