O SIGNIFICADO
Os pais de Maria Eduarda foram padrinhos do casamento de um amigo e a deixaram na casa dos avós, porque ela se recusou a colocar o vestido.
-Mamãe, eu não gosto de vestido comprido com “náguas”. Faz calor nas minhas pernas.
No dia seguinte, Duda acordou a sua avó com um beijo.
-Bom dia, minha lindinha! Deus te abençoe!
-Bom dia, vó! Deus te abençoe também!
A menina quis ir ao banheiro.
-Fique caladinha no vaso, porque o seu tio está dormindo.
Daí a pouco.
-Vóóóóóóóóóó...
-Psiu. Não grita, por favor. Tem gente dormindo.
-Vóóóóóóóóóó... Vem cááááááááá...
-Dudinha, tio Zeca quer dormir até mais tarde, hoje. Cala a boca.
-Então me dá uma revista que eu quero ler.
Minutos depois.
-Vóóóóóóóóóó... Vóóóóóóóóóóó...
O avô ralhou com a garota e ela retrucou:
-Você não é meu pai, viu?
-Sou, sim! Avô é pai duas vezes e pára com essa gritaria!
Você é uma mocinha de cinco anos e já entende as coisas!
Ao virar as costas.
-Vóóóóóóóóóó... Ô vóóóóóóóóóóó...
-Vou ligar para a sua mãe agora. Alô! Ula, fala com a Duda para ela nos obedecer.
-Alô, mamãe, meu vô está me tratando o maior mal. Eu não posso fazer nada e nem mexer nos papéis dele, que estão em cima da mesa.
Está bom, mamãe. Tá, tá. Haram. Pedir desculpa? Ah, não! Mas eu quero ir à praia com o vovô e a vovó! Eu quero! Tá bom. Então, vou pedir desculpa. Mas, mamãe, o meu vô está in-su-por-tá-vel!
Está sim! É verdade!
Tchau!
Desculpa, vovô, e toma o telefone. A mamãe já desligou.
-Está vendo, Maria Eduarda? Se você fosse obediente, o seu avô não teria telefonado para a sua mãe.
-Vovó, e por falar nisso, o que é insuportável?