Todos- “Lutar contra si não irá adiantar!”
Alguns Poucos- “Não lutar contra si irá adiantar?”
Poucos- “Por que?”
Lutando contra o outro,
Detestando tudo que os façam semelhantes,
Rosnando para o espelho de sua própria escória,
Confuso no vazio de seu intelecto
Esta o tolo Todos no prelúdio de si,
Enquanto o eco matuto de seus pensamentos rebate:
"Quem é você?"
A garganta seca e as respostas se embaralham
E a indagação simplória silencia a alma
E o Todos néscio de seu ser:
Corre,
Xinga,
Canta,
Morde,
Brada,
Silencia,
Ama,
Finge que ama,
Chupa,
Graceja,
Finge que não finge,
Cospe,
Ora,
Compra,
Dana-se,
E vê,
Vivendo sem querer
Ou e sem porquê.
Questionando o oposto,
Observando as semelhanças,
Descontente com o reflexo de sua própria escória,
Desvendando-se no vazio do seu intelecto,
Esta o assisado Alguns Poucos no assoalhar de si,
Enquanto a razão de seus pensamentos o motivava a perguntar:
“Quem sou eu?”
A garganta exclama e as respostas embaralhadas assumem seu sentido incerto.
A indagação simplória esquenta lhe a alma
E o Alguns Poucos ainda néscio de seu ser:
Corre,
Xinga,
Canta,
Morde,
Brada,
Silencia,
Ama,
Finge que ama,
Chupa,
Graceja,
Finge que não finge,
Cospe,
Ora,
Compra,
Dana-se,
E vê.
Vivendo sem saber,
E com “por quês?”.
Fora de sua morada,
Alguns Poucos e Todos se encontram constantemente.
Na relva do dia Todos olha Alguns Poucos com desdém, pois,
“Alguns Poucos é o cara estranho que ninguém quer ser!”
Diz Todos aos seus “iguais”( o bebum do bar da cidade, muitas raparigas e putas que bocós o miram culto, sua mãe, seu tio da roça, seus amigos de badernas, as pessoas dos “ois” e sorrisinhos, seus colegas de hipocrisia e o bispo da cidade).
Todos sabe que sempre tem alguém por perto
Por medo de na solidão ver quem ele não é.
Enquanto isso,
Alguns Poucos cata os motivos da sua “estranheza”,
E dos olhares calorosos de injuria que lhe é corriqueiro receber,
“ pareço igual, mas, não sou porquê?”
retruca Alguns Poucos e seu juízo superfluamente solitário.
Alguns Poucos tem amigos! Poucos é o melhor deles.
As vezes os outro que se amigaram a ele
(os Acriançados, pensadores, libertinos, doutores
e algumas raparigas que lhe vieram conhecer. poucos afinal. ) dizem erroneamente que:
“Alguns Poucos e Poucos são a mesma pessoa com quase
o mesmo nome e estranhezas”.
Pelo contrario, Poucos é: mais seleto,
menos amigável, mais detestado, menos vivido, mais didático,
mais velho, reafirmando, o mais detestado.
Poucos :
Não Corre,
Xinga,
Não Canta,
Não Morde (ao outro),
Não Brada,
Silencia,
Ama?,
Não finge que ama,
Chupa,
Graceja,
Finge que não finge,
Cospe,
Não ora,
Compra as vezes,
Dana-se,
E vê.
Poucos é fielmente amigo de Alguns Poucos e Talvez de sua mãe.
Poucos se faz de mais tolo, assim sendo praticamente a consciência de Alguns Poucos
( tática antiga de um Nenhum que assemelha-se a ele).
Creio que Alguns Poucos acha que Poucos não é tolo.
Poucos não se deixa ter cólera nem de Todos e nem de seus amigos.
Poucos sabe que não Adianta odiar ao outro por ser igual.
Então odeia a si.
Poucos olha seu reflexo e o questiona com superioridade.
Poucos também é tolo!
Que surpresa! que maravilha!
Poucos anda na rua pisando fundo,
A cada esquina sendo questionado.
Ao responder a sua verdade a quem não quer ouvi-la,
ou sequer questiona-la.
Poucos perde gradativamente sua humanidade tornando-se laico de si (ou não).
Poucos em seu despertar faz muito em pouco.
Cansou de : “ele, ele e ele”?
Desculpe, mas não sei falar de Eu.
Me chamam de Nenhum, como Eu disse: “Eu.... Eu...”
eu não sei.
Por isso melhor falar dos outros e não de Eu.
Por não saber, talvez seja Eu mais laico de si do que Poucos.
Talvez leve Poucos a refletir.
Mesmo sem saber falar de Eu,
Falo de Eu sem saber toda vez que falo em eu.
Sem saber eu:
Não corro,
Não xingo,
Não canto,
Não mordo,
Não brado,
Não silencio,
Não amo,
Não finjo que amo,
Não chupo,
Não gracejo,
Não finjo que não finjo,
Não cuspo,
Não oro,
Não compro,
Não me Dano,
E não vejo.
Não é a toa que me chamam de Nenhum.
Também não rosno, me descontento, ou questiono meu reflexo, pois,
Não sou, logo não tenho.
Mas: “Se penso, logo existo?”.
Não afirmo nada com clareza, pois, é difícil saber na real quem é Poucos.
Talvez apenas Alguns Poucos possa lhe afirmar melhor, e ainda sem muita certeza.
Também não posso afirmar que sou Nenhum e nem quem é Todos.
Talvez sejamos Todos ou Todos seja Nenhum.
Talvez Todos seja Eu, Nenhum, Alguns Poucos e Poucos
e eu sempre falo de Eu sem saber.
Nessa confusão do verbo “ser”, não posso(se eu for) ter certezas.
todos talvez sejamos apenas Um.
E Sem poder ter certeza:
Se eu, Eu e Poucos não existirmos
Talvez no auge do clamor Todos e Alguns Poucos
Contemplem o derradeiro dia bater-lhe as costas
E a almejada resposta fingir se evidenciar
E toda a contenda acabar...
Ou começar?
“lutar contra si não ir adiantar!”
ou
“Não lutar contra si ira adiantar?”
Mas,
“Por que?”
Autor: Paulo César jr.
10 de dezembro de 2012
Bragança-PA
10 de dezembro de 2012
Bragança-PA