Algo novo
Ela subia a rua, sua cabeça estava longe e cansada, sua bolsa pesava mais do que o normal, ousaria dizer que ela estava uma pouco mais desiludida.
Precisava de algo novo.
Não um novo amor, não esse tipo de novidade que só causavam ansiedades, dores consumiam uma energia danada e pareciam tão desnecessários. Não, o que buscava era algo que animasse, com vontades e alegrias, algo que em pudesse se entregar de corpo e alma... Algo seu, que lhe pertença!
Mas o que?
Já havia cansado dos velhos discursos e das antigas rebeldias... Dos mesmos dilemas e das duras frustrações. Era como se de repente ela olhasse para a estrada em que caminhava com tanta determinação e percebesse que talvez, não havia pegado o caminho errado? Feito algumas curvas a mais? Tudo aquilo com o que se munira por tanto tempo. Tudo aquilo com a fortificara, já não tinha o mesmo efeito...
Tinha mudado tanto e nem percebeu. O que era e o que acreditava pertencer havia perdido o significado, ela já não se compreendia e nem se reconhecia... E com o tempo, carregar coisas que já não fazia sentido se tornará maçante.
Precisava muito de algo... Precisava de coragem pra se libertar, se deixar fluir... Algo novo.
Então assim poderia SER novamente, sair do casulo, libertar aquilo que se encontra dentro de si mesma... Única, inconstante, leve, Borboleta.
Ela não sabia o que era, mas iria encontrar. O mais difícil já tinha conseguido: perceber que era preciso mudar.
E com esses pensamentos que ela segurou bem a bolsa, sentiu a nova energia que a dominava e continuou a subir pela rua.