O BISNETO
Certo dia, Celina, mulher de fé e católica atuante, estava indo para a casa de sua neta, em Venda Nova do Imigrante.
Na saída de Mutum, ela começou a rezar o terço. Em Laginha, iniciou o Ofício de Nossa Senhora, que é uma oração linda e poderosa, porém, muito longa.
No banco de trás estavam Tatiana, com a cabecinha do seu bebê no colo, e minha cunhada, segurando os pés gordinhos do seu sexto bisneto.
Isaac Abraão, com seus olhinhos espertos, olhava sua bisavó rezando e para sua mãe, enquanto chupava a chupeta e cheirava uma fraldinha.
Quando a idosa terminou e se benzeu, o menino balbuciou:
-Pá, pá, pá, pá, pá, pá, pá...
Passaram-se dois meses, Celina foi visitar a neta, de novo e, ao chegar, tocou a campainha da casa.
Isaac escutou, correu, encostou-se na parede e ficou ansioso, como faz sempre que chega uma pessoa.
Quando sua mãe abriu a porta, o guri reconheceu a sua bisavó e disse:
-Pá, pá, pá, pá, pá, pá....