Uma carta
Uma carta...
(Theo Padilha)
“I have a dream!” Com disse o grande Luther King. Eu acabo de chegar de um sonho. Nesse sonho recebi a visita de toda a comunidade de minha cidade pedindo-me que lhes ajudasse na criação de um texto sobre a carta. Toda essa gente – amigos, professores, ex-alunos - achando que eu teria méritos que lhes auxiliasse nessa missão. Como sou professor de Língua Portuguesa que já tinha sido elogiado por poucos e criticado por muitos alunos, achei que deveria ajudá-los no trabalho. Era um tema que sempre gostei e li muitas cartas que me emocionaram. Apesar de já ter visto muitos livros que falavam desse meio de correspondência.
Alguns escreviam textos que eu, como sempre fiz, fingia que lia, mas não prestava atenção, porque estava em transe pensando no meu. E fui caminhando no meio desse grupo que se apinhavam na minha pequena casa. Fiquei assustado com tudo aquilo. E não conseguia pensar. Até que ouvi alguém falar: “deixem-no achar um cantinho para começar o seu texto!” Então veio à minha memória todos os meios de comunicação que começavam com ascartas ´da Bíblia, as nuvens de fumaças dos índios. Lembrei-me dos soldados americanos que, a galope com seus cavalos, percorriam a pradaria dos EUA, levando a correspondência. Que vi muitas vezes nos faroestes americanos. Até os e-mails que a cibernética inventou. E que ainda não dominei totalmente. Lembro-me que vi meu pai chorando ao ouvir a carta de Getúlio Vargas no rádio. Quando eu ainda era criança. Até a mensagem deixada pelos astronautas quando pisaram pela primeira vez na Lua.
Senti muito com a carta de Lincoln a uma mãe americana que havia perdido cinco filhos na guerra. Que depois aparece no cinema no filme “O Resgate do Soldado Ryan”. E nesse filme deixei cair algumas lágrimas. "Existem homens machos que são capazes até de chorar." (Hélio Ribeiro).
Muito admirei a carta do índio Sitle ao Presidente dos EUA, quando esse país queria comprar a terra indígena. A carta de Chico para Boal no exílio, dizendo que a coisa aqui "tá preta!"
Depois veio à mente a carta de Pero Vaz de Caminha, descobrindo o Brasil. Que deve ser a mais conhecida.
E com a carta na música de Erasmo e Roberto Carlos, e muitas outras fico por aqui.
Joaquim Távora, 30 de julho de 2011. Copyright by Theo Padilha.