CARTINHA AO PAPAI NOEL
-Maria Eduarda, está chegando o Natal e você ainda não escreveu a cartinha para o Papai Noel, pedindo o seu presente. Peça um papel e uma caneta ao vovô Juca.
-Mamãe, o que é que você acha que eu vou querer ganhar?
-Filha, pense um pouquinho e, depois, vou ditar as letras para você escrever.
-Hum... Hum... Me ajuda, mamãe.
-Pode ser uma boneca, um vestido, joguinho, panelinhas, sandália...
-Ué! Só coisa de mulherzinha!
-Claro! Você é mulher!
-Então vou pedir um celular que fala.
-Não. Papai Noel não traz celular para criança.
E virando-se para sua mãe, cochichou: ela quer um “Grambell” de verdade.
- O que é que é isso, mamãe?
-Não é nada. Estou cantando gingobel, gingobel...
-Ah... Lembrei! Quero uma tartaruga viva!
-Papai Noel não traz bichinhos vivos, porque eles morrem no caminho.
-Então, que tal um instrumento?
-Ótimo! Qual que você quer?
-Trompete.
-Trom-pe-te? E você sabe o que é isso, Dudinha?
-Claro, vovó! Estou na aula de música!
-Peça uma flauta, filhinha.
E comentou com sua mãe: o ruim de instrumento de sopro é ele ficar passando de boca em boca. Ontem, na missa, apareceu um homem estranho com uma flauta e, toda hora, ele a colocava na boquinha da Duda, para ela soprar. Ralhei com ela, em casa, e ela disse que eu sou muito egoísta. Falei que ela não conhecia aquele homem e ela respondeu que o conhecia sim, pois havia conversado com ele na igreja.
-Está bom, mamãe, vou pedir uma flauta. Pode falar as letrinhas pra mim.
-Querido Papai Noel.
A menina ficou pensando.
-Vai! Faça o Q, minha filha!
-A perna da bolinha é para cima ou pra baixo?
-Para baixo.
-Agora, peça para o seu avô pôr a carta no envelope e levar para os Correios.
-Pra quê?
-Para eles mandarem para o Pólo Norte.
-Aqui, vovô Juca. Manda pro “Paulo Norte” pra mim, por favor.