Tempo perdido – Parte três. (Apocalíptico de Renato Russo)
- Vejo o sol dessa manhã tão cinza. A tempestade que chega é da cor dos teus olhos: castanhos.
- Então, me abraça forte! Me diz mais uma vez que já estamos distantes de tudo.
- Temos nosso próprio tempo... Temos nosso próprio tempo... Temos nosso próprio tempo.
- Não tenho medo do escuro, mas deixe as luzes acesas.
- Agora?
- O que foi escondido é o que se escondeu.
- E o que foi prometido?
- Ninguém prometeu.
- Nem foi tempo perdido?
- Somos tão jovens. Tão jovens... Tão jovens.
Aplausos desvairados do público de pé. Assovios. Por todos os lados, bonés sendo jogados ao ar. Hips. Hurras. A cortina se fechando, os atores se curvando. A reverência Mathias com uma lágrima a escorrer-lhe dos olhos.