AS ABELHAS E EU
Em tardes de primavera quando o sol vai morno tarde adentro, sento na cadeira da minúscula varanda e observo as plantas roubadas dos bosques.
Fecho os ouvidos para o som da rua e dos moleques gritando nos quintais vizinhos. Há apenas as abelhas e borboletas para escutar. Uma delas, abelha de pernas pesadas de pó amarelo circula minha cabeça, paira desafiadora em frente os meus olhos e depois num rasante se esconde na flor mais próxima. Imagino o que ela pensou antes de abandonar meu olhar curioso e se refugiar naquela casa de pétalas. Fui largada por ela. Logo outro inseto minúsculo e esvoaçante chama minha atenção. Soube há muito tempo que se chama “jataí”. Uma abelhinha dourada e quase invisível, mas que fabrica o melhor mel que já provei. Jataí bate suas asinhas quase imperceptíveis e assim como sua companheira anterior paira na minha frente como se fitasse algo muito grande e incompreensível. Segundos depois também sou abandonada por ela. Continuo sentada na minha cadeira olhando os grãos de poeira dançando contra a luz amena do sol e imaginando o que passa pela cabeça das abelhas. Como sou vista por elas? É uma pergunta estúpida e intrigante ao mesmo tempo. Provavelmente como algo imenso e inexplicável que sempre esteve ali. Vejo as abelhas saindo das flores, ambas, de pernas grossas e a de asinhas mínimas voam apressadas numa dança frenética e aparentemente feliz. Minha presença não desperta a mínima curiosidade agora. Bebo um pouco do meu suco de uva e olho o céu amarelado do meio da tarde. O que será que tem lá? Naquela imensidão depois das estrelas? Sei lá. Abandono o céu, fecho meus olhos e escuto novamente os sons da rua.
Em tardes de primavera quando o sol vai morno tarde adentro, sento na cadeira da minúscula varanda e observo as plantas roubadas dos bosques.
Fecho os ouvidos para o som da rua e dos moleques gritando nos quintais vizinhos. Há apenas as abelhas e borboletas para escutar. Uma delas, abelha de pernas pesadas de pó amarelo circula minha cabeça, paira desafiadora em frente os meus olhos e depois num rasante se esconde na flor mais próxima. Imagino o que ela pensou antes de abandonar meu olhar curioso e se refugiar naquela casa de pétalas. Fui largada por ela. Logo outro inseto minúsculo e esvoaçante chama minha atenção. Soube há muito tempo que se chama “jataí”. Uma abelhinha dourada e quase invisível, mas que fabrica o melhor mel que já provei. Jataí bate suas asinhas quase imperceptíveis e assim como sua companheira anterior paira na minha frente como se fitasse algo muito grande e incompreensível. Segundos depois também sou abandonada por ela. Continuo sentada na minha cadeira olhando os grãos de poeira dançando contra a luz amena do sol e imaginando o que passa pela cabeça das abelhas. Como sou vista por elas? É uma pergunta estúpida e intrigante ao mesmo tempo. Provavelmente como algo imenso e inexplicável que sempre esteve ali. Vejo as abelhas saindo das flores, ambas, de pernas grossas e a de asinhas mínimas voam apressadas numa dança frenética e aparentemente feliz. Minha presença não desperta a mínima curiosidade agora. Bebo um pouco do meu suco de uva e olho o céu amarelado do meio da tarde. O que será que tem lá? Naquela imensidão depois das estrelas? Sei lá. Abandono o céu, fecho meus olhos e escuto novamente os sons da rua.