MEMÓRIAS DO BUSCAPÉ = a sua novela virtual
16º Cápitulo
Dr. Silvino tornou-se muito amigo do Coronel Macedo e aos domingos era convidado para almoçar na fazenda e depois passavam parte da tarde jogando xadrez ou conversando.
Germínia, a filha do Coronel esperava com ansiedade essas visitas e os dois jovens trocavam rápidos olhares e tímidos sorrisos, tudo o que era permitido aos enamorados daquele tempo.
O Coronel não percebeu nada e foi com surpresa que ouviu o Silvino pedir-lhe a mão da filha em casamento.
Ficou sem saber o que dizer. A Germínia estava passando da idade de casar-se e o pai já estava um tanto preocupado com o fato de até então não ter-lhe aparecido nenhum pretendente.
O doutorzinho era ótimo partido, educado, correto, formado, mas era negro! Por que, diabos, ele não era branco para tudo ser perfeito?
Imaginou um bando de mulatinhos correndo pela casa, chamando-o de vovô e a ideia não lhe agradou.
Resolveu ganhar tempo.
- Vou falar com a Germínia. Se for do agrado dela eu dou o meu consentimento.
O Coronel não disse nada à Germínia.Naquele tempo quem resolvia o casamento dos filhos eram os pais e os interessados raramente eram ouvidos.
Passou a noite insone pensando em como resolver isso sem magoar o amigo, único médico da cidade e ótimo parceiro de xadrez.
O dia já estava clareando quando lhe veio a ideia, a solução perfeita. Como não pensara nisso antes?
Quando no dia seguinte o Silvino retornou, ansioso pela resposta ele lhe disse:
- Olhe, eu faria muito gosto, mas a Germínia disse que não quer casar-se e eu respeito a sua vontade.
Silvino sentiu faltar o chão sob seus pés. Que idiota que fora pensando que o Coronel ia consentir no casamento da filha com um ex-escravo! A Germínia devia estar brincando com ele, mas, é claro que ela não ia querer mesmo um marido negro. Que vergonha!
O Coronel continuou:
- Porém, eu estive pensando... Você não quer casar-se com a Felícia?
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Não percam o próximo Capítulo: FELÍCIA