Aula de Matemática
Uma aula de matemática numa quinta-feira pode ser um tédio para alguns alunos e para outros o dia nem importa, matemática sempre irá ser um saco. Uma matéria em que poucos são atraídos se faz necessário um ótimo professor, ainda mais no fim de um ano, em que ninguém quer ver a escola por perto, muito menos números.
O professor encheu a lousa de números, como sempre fazia. A sala, claro, sempre batendo um papo descontraído com grandes gargalhadas. Mas a hora da explicação é sagrada. O professor pede a colaboração:
- Pessoal, por favor, vamos fazer silêncio - até que ele foi correspondido – seguinte, nós vamos fazer esses exercícios juntos pra treinar pra prova, certo?
E assim foi, uma sequência de raciocínios e lógicas expressadas através dos números. A aula era descontraída. O professor às vezes questionava o aluno sobre o exercício. Às vezes os alunos perguntavam e faziam caras de ponto de interrogação. E o matemático, pacientemente refazia o problema, sem deixar nenhuma seqüela de dúvida aos estudantes.
Conversa vai, conversa vem, exercício para lá e cá, até que...
- Pessoal, deixa eu comentar uma coisa com vocês – disse o professor- eu sei que está no fim do ano, vocês estão cansados e eu também. Mas o negócio é o seguinte; lembra o que eu comentei quando entrei nessa escola no meio do ano? Disse que seria muito difícil vocês reprovarem em minha matéria e, isso vai acontecer. Sabe por quê? Porque eu com certeza fui o melhor professor de matemática que vocês já tiveram. E sabe por quê? Por que eu gosto muito do que faço, sempre gostei. Eu dou aulas de matemática por que eu amo, não faço pelo dinheiro não galera. Ah, - riu o professor- pelo dinheiro eu posso garantir que não é. Eu vou com certeza – continuou - fazer o máximo para que vocês gostem pelo menos um pouco de matemática. Se precisar eu até coloco um nariz vermelho de palhaço – a sala inteira caiu na gargalhada – bom não precisa de muito, com um narigão e orelhas pontudas, não falta muito pra eu ser um.
A sala se divertia com o bom humor do professor, ao mesmo tempo em que confirmava no íntimo a veracidade das suas palavras. Ele realmente era um belo de um professor. A descontração do momento fez com que as conversas brotassem novamente e o professor, depois de declarar a sua missão pessoal, achou melhor voltar à aula:
- Então galera vamos voltar pra lousa, olha, eu estou desde de manhã falando alto, quero pedir a colaboração de vocês por que sem a minha voz eu não trabalho e eu preciso alimentar três crianças em casa.
- Caramba professor, três filhos. – Comentou um aluno, surpreso.
O professor deu um sorriso e disse:
- É cara fazer filho é bom.