A RECEPCIONISTA
-Papai, o senhor pode vir buscar a Maria Eduarda, amanhã, depois da sua caminhada?
-Claro que posso!
-Fale com a mamãe para dar um banhozinho nela, o almoço e, depois, vocês a levarão para o colégio.
-Tudo bem, Ula.
E assim o avô fez.
Antes de chegar em casa, ele passou na igreja e a garotinha ficou encantada com a sala do dízimo, onde seu avô trabalha, e disse:
-Padre Pedro, você arruma um emprego aqui na igreja pra mim?
-Você tem quantos aninhos?
-Quatro, assim, olha.
-Então, quando você fizer cinco, pode vir trabalhar com seu avô. Eu deixo.
-Oba! Muito obrigada! Eu quero tanto ser “decepcionista”!
-É recepcionista, Dudinha.
-Vovô, sabia que eu quero ser manicure, também, quando eu crescer?
Na hora de irem embora, o sacerdote deu um papel em branco, para a menina escrever.
Saindo dali, passaram na padaria. Quando chegaram, a menina foi puxando a sua mochila e disse:.
-Vovô, segura este papel para mim.
-Estou com as mãos ocupadas com pastas de documentos, sua bolsa de brinquedos e a sacola de pão. Por que você não segura, Dudinha?
-Porque esta mão aqui, vovô, está de dieta.