SONHOS DOURADOS

Numa clínica de fisioterapia.

-Bom dia para todos!

-Bom dia Cidinha! Tudo bem?

-Que nada, Doutora! Meu ombro continua doendo, do mesmo jeito!

-É, mas está mais desinchado do que ontem.

Uma paciente perguntou:

-Você faz hidroginástica? Eu faço há quatorze anos.

-Não. Fiz balé clássico durante vinte e cinco anos da minha vida e, quando parei, tomei raiva de ginástica, musculação, hidroginástica, caminhada, natação e de tudo mais.

-Uai! Por quê?!

-Porque, para mim, não há uma coisa mais triste do que uma bailarina velha.

-Deixa disso, “menina”, e vá fazer aula de balé, com o grupo da terceira idade. Minha amiga está fazendo e gostando demais.

-Iááááááaá... Existe isso?!

-Claro que existe! Eu também vou fazer, pois é o meu sonho de criança.

-A senhora queria ser bailarina?

-Queria muito. Eu bailava sozinha, na varanda da casa da minha irmã. Bem... Na verdade, são dois sonhos dourados que eu tenho: o primeiro é ser aeromoça, mas, como não inventaram ainda “aerovelha”, vou fazer balé.