PEQUENA VIAGEM, UM RETRATO REPLETO DE LEMBRANÇAS

Com uma simples sugestão comecei a escrever sem muita pretensão e sem nenhum jubilo de informação. Só que sem perceber me peguei de surpresa, olhando calmamente para as bandas do rincão querido onde eu nasci e também aprendi com prazer os primeiros passos em minha evolutiva formação. E com uma gostosa lembrança pulsando em meu peito, veio enchendo-me de felicidade, com a imagem filmada na lente oculta da memória, da descida de acesso da bela cidade natal que nasci. Ah! Ali na estrada batida de terra toda encascalhada, por causa da descida que é um declive bem íngreme, e pois lá no meio da descida tem a curva tombada para a esquerda e mais para baixo um pouco o córrego da varginha. Nos dias de hoje, depois do córrego a estrada transformou-se em uma larga avenida com canteiro central e bastante iluminação. E o jardineiro do momento, contribui com a sua especialidade regando as flores e a grama, e também o jardineiro milenar que com certeza toda noite também vem passear por entre as flores, deixando elas no prontas, para abrir as tuas pétalas e florir as flores para o colibri chegar pela manha e as beijar, com carinho e amor. Olhando para os botões que vão estar abertos amanha.

E neste enlace o filme foi rodando e a paisagem do pasto da viúva, do lado em que a curva é tombada, a sede da propriedade com a frente da casa, dando de frente para a curva, e o átrio rústico bem pequeno, mas de uma modéstia, só que com requinte e maestria dá o toque que encanta a beleza do lugar.

Agora, olhando um pouco mais para perto da cerca de lasca de aroeira, que determina a divisa da sede com a rodovia federal, o pequeno vale que segue até margear, com o córrego da varginha, e ali encostado no barranco do vale, o ranchinho de beira chão, cheio de vida, onde uma velha senhora de certa idade, com seus cabelos grisalhos, com uma voz suave e calma, que benzia como ninguém e exercia o seu dom, sem nenhuma pretensão. Mulher simples, mais de um refinado toque com seus talheres e também no ambiente do seu lar; se estava frio com seu calor ela aquecia, se estava quente com sua paz e tua calma ela acalmava, e refrescava o ambiente. Não sei muito dela, ou melhor, o pouco que sei, é muito, muito pouco, perante a grandeza da paz e da calma, com que ela produzia. Com sua presença e com sua voz suave e doce, hoje sei que o teu corpo voltou a terra, mais sua voz suave e doce, ainda acalma e acalenta muitos corações em prantos.

E ali naquela pequena vargem na margem do córrego da varginha,resta apenas a foto filmada na memória dos poucos que passam por ali, e que um dia ou outro acabam lembrando do pequeno rancho de beira chão, onde viveu com muito amor, a pequena notável, a benzedeira das crianças da vila.

NUTE DO 0QUARA

CAMBRAIA JJOÃO
Enviado por CAMBRAIA JJOÃO em 13/08/2010
Reeditado em 15/11/2010
Código do texto: T2436102