quatro olhos femininos

E no meio daquela noite de luzes azuis.

Estávamos lá!

dançante e insinuantes.

foi quando no meio de tantos sorrisos, tatuagens, seios cobertos por roupas folgadas e bebidas embriagantes, avistei-a.

E foi como se aquela aveludada pistinha azul de cheiro "inidentificaveis", cores intensas, e pessoas falando ao mesmo tempo, virasse um nada onde só haveriam duas pessoas. quatro olhos, dois sorrisos, duas frias barrigas, e a curiosidade.

era demasiado insistente a necessidade de descobrir quem estava ali, há apenas alguns metros olhando na mesma direção.

E com leveza e intimidade me oferecia um sorriso femininamente magnífico, iluminado.

sorriso prontamente correspondido.

até se perder na timidez causada pelos famintos e intensos olhares, sério, analisando a alma e despindo sem sequer se aproximar.

E eu estava pronta: um papelzinho rasgado da agenda na mão com um número de telefone: uma emergencia para descobrir que olhos eram aqueles que me invadiam assim, no meio de todos da pistinha azul.

Até o momento da saída, as luzes azuis já se apagavam e todos estavam às claras! os olhos não pararam de vir em minha direção e eu precisava ir embora. Mas, muito mais do que ir embora eu precisava descobrir, entregar o papel e esperar o retorno.

quando em questão de segundos a moça dona desses olhos invasores e sorriso intimidante se aproximou encostando seus pêlos, cabelos e seios nos meus.

e de leve encostou os lábios macios, e quentes apesar do frio que fazia no local.

um beijo rápido, curioso, intimo.

e descendo as escadas se foi a moça que até hoje não sei quem é... levando o amassado papel.