A caminho da casa de amigos, vidros do carro fechados,o ar ligado,seguia calma, naquela noite quente.
Quando cheguei frente à entrada de um túnel, estreitíssimo, que se fazia necessário ser bom motorista, para não bater em suas laterais;um lugar sombrio, onde os marginais do bairro costumavam emboscar, e, por vezes tirar à vida de alguns.Parecia a boca do inferno... Por cima passavam os metrôs, com destinos diversos; dentro desse túnel, ecoavam  os seus barulhos infernais.Todo o entorno era deserto, porém, eu não sentia medo algum, sempre “enxerguei uma ‘luz’ no fim do túnel”.
Adentrei-o! Quando me encontrava bem no meio do túnel,surgiu um carro decidido em fazer-me voltar, ou chocar-me, com ele ignorando o meu direito de terminar a trajetória, por mim iniciada. 
Os princípios básicos de educação; o conhecimento das leis de trânsito, e dos nossos limites teriam, que surtir efeito,no louco motorista, que alheio a tudo isso, avançava de encontro ao meu carro. 
 
 Às películas escuras, não permitiam que o louco ao volante visse, quem estava ao volante, se homem, ou mulher. Só uma coisa contava para ele:usurpar o direito alheio!
Assim, gritava toda sorte de maldições e impropérios, contra a minha pessoa.
 
Veio a minha mente, uma narrativa que eu ouvi há muito tempo, na igreja, na ‘Escola Dominical’: “(...)O tronco de uma velha árvore que tombara,foi usado,para ligar duas faixas de terra, transformando-o em ponte. Era uma passagem perigosa, visto que, abaixo havia um abismo, por essa ponte, improvisada, só poderia passar uma pessoa, de cada vez. Duas cabras vinham uma de encontro a outra, pararam frente a frente... Sem que nada fizessem para resolver o impasse. A mais sábia abaixou-se, dando lugar para a altiva passar, por cima de suas costas, o que aconteceu sem que a altiva, olhasse para trás.
A humilde prosseguiu agradecida, por ter ‘sido ponte’ para a outra.
 
Eu poderia ceder!... Dei marcha ré, recuei...Para que o inimigo passasse em gargalhadas, com ar de vencedor!
 
Comentamos entre amigos, durante a visita, o infeliz incidente. Após a visita aos meus amigos, de volta à casa fiz o mesmo trajeto,era imprescindível fazê-lo, deparei-me, com uma multidão curiosa, em ver os destroços de um carro que batera indo de encontro ao poste... A rua estava fechada. Ambulância, polícia... Deus! Era o mesmo carro que me acuara dentro do túnel!
 
Agradeci a Deus, pela luz que Ele me fez ver no fim do túnel... Há "vitórias" que são passageiras...Não as desejo!
 
 
EstherRogessi, CONTO: O Momento de Ceder é o Momento de Vencer!
04/05/10
 
EstherRogessi
Enviado por EstherRogessi em 05/05/2010
Reeditado em 01/12/2013
Código do texto: T2238055
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