As duas viúvas
José Carlos Guimarães, faleceu ás doze horas de uma segunda-feira. Era um rico comerciante e deixava viúva Dona Lúcia, com 42 anos. Neste mesmo dia e hora faleceu João da Silva. Era contador de uma firma pequena, ganhando salário irrisório. Deixava viúva Dona Valéria, com 41 anos.
Os dois velórios aconteceram nas Capelas, ao lado do cemitério local distante uns cinquenta metros um do outro. Tudo parecia coincidentemente igual. Mas as diferenças começaram pouco antes do enterro de cada um, que tiveram como primeira diferença, o horário do enterro: O do Dr. José Carlos Guimarães foi marcado para as dezoito horas e o do Seu João da Silva, para as dezoito e trinta.
Eu fazia parte das coincidencias, pois conhecia as duas viúvas e ficava hora num, hora em outro velório, tentando consolar uma e outra viúva com minha presença e amizade. Por isso eu sei tudo que aconteceu.
Quando começaram os movimentos de despedida do Dr. Guimarães, Dona Lúcia, ( vou continuar chamando-a assim ), aproximou-se chorando baixinho, enxugando as lágrimas docemente com um lencinho, levou dois dedinhos aos próprios lábios, beijou-os e encostou levemente nos lábios gélidos do marido. A fastou-se em silêncio e ficou ali esperando que todos fizessem sua despedida. E depois todos em silêncio, caminharam até sua última morada onde enfim foi enterrado.
Voltei para o velório do Seu João, no exato momento da despedida. Estava um alvoroço. Valéria gritava e chorava contida pelos parentes. Num repente jogou-se em cima do caixão que escorregou caindo no chão, Valéria, caixão e defunto! Com o susto , ela aquietou-se um pouco, mas quando fecharam o caixão ela voltou a chorar desconsoladamente. Mas o enterro consumou-se sem demais acontecimentos.
Um ano depois, Valéria estava casando com um rapaz seis anos mais jovem, bancário, chamado Ricardo.
E Dona Lúcia? Continua sozinha. E nada a se dizer sobre sua conduta.
Pensei muito sobre os dois casos tentando entender um e outro. Não era íntima de nenhuma das duas, portanto nada sabia sobre suas vidas antes de enviuvarem.
Porém, lembrei de algo que meu pai costumava dizer: " A quele que foi feliz no casamento, volta a casar em seguida, porque estará em busca da felicidade perdida. Porém aquele que foi infeliz, pode ressabiar e nunca mais querer casar!"
Seria este o caso? O que tu achas?
José Carlos Guimarães, faleceu ás doze horas de uma segunda-feira. Era um rico comerciante e deixava viúva Dona Lúcia, com 42 anos. Neste mesmo dia e hora faleceu João da Silva. Era contador de uma firma pequena, ganhando salário irrisório. Deixava viúva Dona Valéria, com 41 anos.
Os dois velórios aconteceram nas Capelas, ao lado do cemitério local distante uns cinquenta metros um do outro. Tudo parecia coincidentemente igual. Mas as diferenças começaram pouco antes do enterro de cada um, que tiveram como primeira diferença, o horário do enterro: O do Dr. José Carlos Guimarães foi marcado para as dezoito horas e o do Seu João da Silva, para as dezoito e trinta.
Eu fazia parte das coincidencias, pois conhecia as duas viúvas e ficava hora num, hora em outro velório, tentando consolar uma e outra viúva com minha presença e amizade. Por isso eu sei tudo que aconteceu.
Quando começaram os movimentos de despedida do Dr. Guimarães, Dona Lúcia, ( vou continuar chamando-a assim ), aproximou-se chorando baixinho, enxugando as lágrimas docemente com um lencinho, levou dois dedinhos aos próprios lábios, beijou-os e encostou levemente nos lábios gélidos do marido. A fastou-se em silêncio e ficou ali esperando que todos fizessem sua despedida. E depois todos em silêncio, caminharam até sua última morada onde enfim foi enterrado.
Voltei para o velório do Seu João, no exato momento da despedida. Estava um alvoroço. Valéria gritava e chorava contida pelos parentes. Num repente jogou-se em cima do caixão que escorregou caindo no chão, Valéria, caixão e defunto! Com o susto , ela aquietou-se um pouco, mas quando fecharam o caixão ela voltou a chorar desconsoladamente. Mas o enterro consumou-se sem demais acontecimentos.
Um ano depois, Valéria estava casando com um rapaz seis anos mais jovem, bancário, chamado Ricardo.
E Dona Lúcia? Continua sozinha. E nada a se dizer sobre sua conduta.
Pensei muito sobre os dois casos tentando entender um e outro. Não era íntima de nenhuma das duas, portanto nada sabia sobre suas vidas antes de enviuvarem.
Porém, lembrei de algo que meu pai costumava dizer: " A quele que foi feliz no casamento, volta a casar em seguida, porque estará em busca da felicidade perdida. Porém aquele que foi infeliz, pode ressabiar e nunca mais querer casar!"
Seria este o caso? O que tu achas?