A VIAGEM DA JACA
Elço, porteiro do nosso prédio, entrou de férias e foi passear na casa de sua mãe, em Ibatiba, MG.
-Mulher, vou tirar uma jaca bem grande, pra levar pra mamãe. Ela é doida com esse trem.
Dito e feito.
À meia-noite, o trabalhador tomou o ônibus e despediu-se da esposa, com a promessa de lhe telefonar da rodoviária. Colocou a fruta no maleiro e o veículo partiu.
No momento de maior silêncio, a jaca despencou, saiu da sacola e foi rolando pelo corredor afora, até bater na cadeira do motorista.
Todos acordaram assustados, até o dono dela, que a colocou entre os seus pés e pensou:
-Agora quero ver você rolar de novo, sua indecente.
A viagem seguiu tranqüila.
Na rodoviária, o motorista deu uma freada brusca e a fruta pegou um galope, desceu a escadinha, na frente dos passageiros.
Elço, injuriado, passou por ela, fez que não a viu, e foi ao orelhão.
-Alô! Oi, Sônia! Sou eu! Imagina o que aquela indecente fez comigo?
-Caiu na sua cabeça?
-Antes fosse. Passei uma vergonha danada. Agora, ela está lá.
-Aonde?!
-Dentro de uma poça de lama.